quarta-feira, 29 de abril de 2009

A antropologia em minha vida


"Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio

andar pelado, pintado de verde, num eterno domingo"


ô se quero...

terça-feira, 28 de abril de 2009

hoje.

Acordou e jantou. Pegou o controle remoto para ligar para casa.Tomou banho na pia da cozinha. Lavou a louça no chuveiro.Desceu a escada de costas. Tomou o ônibus para a direção contrária e fez cálculos com letras.

..É, há dias assim.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Prometo e juro.

Eu sei que você não vai acreditar não.
Nem eu acreditaria.
Mas ela lia Dom Casmurro aos 10 anos e chorava.
Não sabia a razão, mas se emocionava.
Ela lia em voz alta, justamente por isso.
Ela não sabia o significado de algumas, várias, palavras e lia pra escutá-las, sem nem querer saber o significado não.
Mas era bonito de se ouvir
Lia, lia, lia, até cansar de ler, de ouvir, até enjoar da sua própria voz ou do gosto salgado da lágrima que já escorria.
E agora, havia chegado a hora. Ela escrevia.
Ela escrevia sem querer ser profissional da escrita, pois assim, não teria o compromisso com as palavras.
Ela escrevia de forma a adequar bem aquelas letras e palavras, como em uma música.
Ela escrevia com o único objetivo de fazer soar bem.
E você não precisa entender uma linha. Só goste de ouvir.
Só.
Tá bem?

domingo, 26 de abril de 2009

de bege ao vinho.

Após comunicar delicadamente que queria o divórcio, Carlos fechou a porta, vagarosamente, e levou com ele 30 anos de casamento.
Foi tudo muito civilizado. 35 anos de convivência e ele chegou e disse o que Helena já esperava ouvir, mas não queria.
Eram um casal normal. Uma casa com paredes beges, almoço com a família de cada um, alternadamente, aos domingos. Sem filhos.
30 anos assim. Beges.
Não teve motivo especial para Carlos. Ele só não via muito motivo em continuar ali, sentado ao lado daquela mulher, esperando a morte chegar.
Ela não tinha outra vida. Era escritório da repartição pública.envelopes de papel pardo por todo o dia. casa. boa noite, Carlos. dormir.
Aí, de repente, ela se vira ali.
O apartamente continuava com as paredes beges. Carlos disse que ia pra casa da mãe dele, era melhor assim.
E não teve grito. nem choro. nem insistência
foi tudo no "tá, tá bom. gosto de você, seja feliz"
Mas, por dentro, Helena se sentia pálida, bege, sem sangue, oca.
E ainda estava ali, depois de alguns minutos, ouvindo o ecoar da porta se fechar. Tentando absorver a idéia.
Helena foi em direção ao aparelho de som antigo que tinham, afinal, não tinham o menor costume de ouvir música, a casa de parede bege era muda.
E ela foi, ligou. Pegou um cd dos mais antigos, talvez de quando tenha inventado o cd.
Era tango.
Helena apagou as luzes principais, deixou o ambiente à meia luz.
Helena foi a cozinha, pegou um vinho e uma taça.
Helena foi tirando a roupa vagarosamente e dançando conforme se despia.
Ela tinha descoberto em si a malemolência. Nunca soube que sabia dançar.
Abriu o vinho, começou a beber e girava.
Dançava loucamente. Havia volúpia no ar. Agora parecia que as paredes eram cor de vinho.
Ela via sua silhueta na parede, acompanhava sua sombra sensual.
Qualquer homem era capaz de se apaixonar por aquela sombra deliciosamente linda, caso não visse ser de uma mulher bege, pálida, magrela e desajeitada como Helena.
Naquela parede em que se via, a mulher tinha até curvas,por incrível que isso pareça.
Ela dançava para si, para ver sua sombra e se apaixonar por si.
Passava a mão sobre seu rosto e se descobria bonita.
Ela lambia seus braços, sentia um gosto delicioso no seu corpo.
Bebia o vinho, sozinha e dançando.
Helena havia se apaixonado por uma mulher que dançava sozinha em seu apartamento,nua, no meio da semana, bebendo vinho e se lambendo.

é tempo de morangos

Domingo.
Eu vou acordar, colocar um vestido longo até o pé e florido.
De enfeites? Apenas duas contas de pérola nas duas pequenas orelhas minhas.
E aí eu vou sair.
Tá sol, hum. Eu vou ficar assim de frente pra ele, encolhida como uma criança que acaba de tomar banho de mangueira e tá tremendo de frio. Adoro esse sol de... outono que estamos, né?
E aí eu vou sair. Vou correr pelo canavial. Depois, no fim dele, eu sento de perna de índio, jogo meu cabelo que, na cena está tão longo.ondulado.queimado de sol. e como morangos.
Na fazenda, eu sento de perna de índio. Jogo o cabelo já descrito no sol da estação que você quiser e hum. Como morangos.
E aí eu posso correr mais um pouco, ainda pego o movimento da Avenida que beira o mar. É domingo. Deu tempo de comprar meu jornal. Eu leio e só tem notícias lindas. Os políticos acordaram sem voz, dizem ser epidemia e o judiciário brasileiro ainda possui o respeito da nação. Nem teve escândalos.
Mas eu deito na areia e nem ligo se aqueles cabelos já descritos vão ficar à milanesa. É só pro sol me esquentar. Nessa estação, faz frio quando tá na sombra assim.
Aí eu vou me levantar, vou andando por aquele porto que só existe em mim. Tá bonita a cena, continua.
O sol já se faz em ir e o domingo já se acaba em tons de laranja. Agora bota uma música bonita pra gente dançar!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Delicadeza.

-É, não estou para fotos hoje. Acho que essa luz aqui não me favorece.

-O que te favorece é falta de luz. Escuro. E sem flash.


O encontro era o mesmo. O tempo não passou.As risadas tinham o mesmo som.
Faltaram duas. A saudade sentou com a gente para comer sanduíche.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

deitado no cimento .

E nesse nosso passeio, acho que eu vou me arrumar daquele jeito.
Ficar uma hora me arrumando para parecer desarrumada.
Quero andar nas ruas do Leblon. Máquina fotográfica a tiracolo.Não, não é para parecer turista.
É pra parecer brasileiro que gosta de fotografar, fazer filmes, mas que está recém-chegado de Paris, tipo Walter Salles.
Talvez eu coloque um arco no cabelo em vez de flor. ou não.
Agora me leva de volta e conta histórias do meio musical alternativo, mesmo que o cenário já não seja tão mais bonito. Tá sujo e dá até medo de ser assaltada nesse lugar.
Agora é o final. Pausa para a cena.
Chega o ônibus. Ela olha para o ônibus. Ela olha para ele. É, não tem jeito, tenho mesmo que ir.
Ela dá um beijo, um beijo qualquer. Ele puxa pelo braço. Eles dão um beijo, um beijo diferente.
21 gramas de beijo.
Agora ela entra e o ônibus tá lotado, de volta pra vida real. Mas ainda, pelo vidro, eu vi você indo embora, aos pouquinhos e destoando do cenário feio, deu tempo de eu dar de língua e você viu, lá de fora.

Até amanhã,(vírgula)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Soco no estômago

Você bem que podia me bater.
Um soco, um tapa na cara bem dado.Quero marca de dedos vermelhas na bochecha direita
Meu pai bem que podia me dar uma surra de cinto hoje.Ou minha mãe me puxar pelos cabelos...
O fato é que eu preciso de alguma coisa.
Meu irmão podia me humilhar muito verbalmente.E me xingar.Ou chamar de burra.
Eu bem que poderia alugar um filme bem triste, com morte de um dos amantes do final.

O fato é que preciso desengasgar esse choro que ta engasgado aqui.
Não sei como, nem a razão dele ter entrado, mas sei que ele precisa sair.Só me arranje o motivo.

Acho que o nome disso é catarse.

Alô?

É. Acordei assim hoje, tem problema?
Urrum.Tô em preto e branco.
Palavrão é meu ponto final na frase.
Eu era mais delicada.
Talvez eu levante e acenda um cigarro.
Mas eu lembrei que não sei tragar.
Talvez eu levante e beba um conhaque, dose de macho.
Mas eu lembrei que nunca nem bebi.
“Ser feliz é pra se conseguir o quê?”
Tá. Eu já combinei com você.
A gente vai pra sua varanda, vou ouvir você falar dela.
Eu falo dele também.
A gente senta numa mesa.vai ter conhaque, dose de macho, e cigarros.
Você não fuma mais?
Só porque agora eu resolvi fumar?
Tá. Pode ser cigarro de palha pra você lembrar da sua cidade então.
Tchau, até amanhã!

O fabuloso destino de Isabela Rodrigues

"... Nos fins de semana, Amélie pega o trem para visitar o pai.
Às vezes, na sexta à noite, Amélie vai ao cinema:
-Gosto de me virar no escuro e observar os outros espectadores, também gosto de procurar detalhes que ninguém vê. Em compensação não gosto quando o motorista não olha para a estrada.

Amélie não tem namorado. Tentou uma ou duas vezes, mas o resultado não foi o que esperava. Em compensação cultiva um gosto particular por pequenos prazeres: enfiar a mão bem fundo no saco de cereais, quebrar a cobertura de crème brûlée com a colher e jogar pedras no Canal Saint Martin.
(...)
O tempo não mudou nada, Amélie continua se refugiando na solidão.


...E finalmente estamos na noite de 30 de agosto de 1997, quando ocorre o fato que mudará a vida de Amélie Poulain. "


E eu vivo, eternamente, esperando a minha noite de 30 de Agosto de 1997 chegar. A tal da Epifania.

domingo, 19 de abril de 2009

o parto

Já fazia tempo.As dores no ventre já não cessavam.
Sentia o mexer, o deslocar, os passos.Muita dor, muita.
Aquele feto doía-lhe a alma.
E bota compressa. e chora.
Sangue.
Dor.
E muda o cotidiano por causa de tudo aquilo.
A mulher que já não agüentava mais, ela não queria mais parir.
Sentia seu corpo todo lânguido após a dor
E nada.
O feto parecia rasgar-lhe toda internamente.Não queria nascer, queria machucar, queria sangrar, queria doer toda a mãe.
Descia cortando todo seu ventre e seu organismo.Suas veias
Cada célula gritava de dor.Dor cortante
A mulher começa a sentir o feto querer sair
Dias assim
Até que chega o dia do parto.
Tudo se prepara ao redor, a expectativa é formada.
A mulher senta no vaso.
Urina.
Sente.
A pedra desce!
Viva!
Pedra que pariu!

a vida inteira você quis um verso simples. eu te dou uma rosa

E agora, como que eu faço com a sua rosa vermelha?
Hoje eu estive lá, acabou tudo e eu fiquei com a rosa vermelha na mão, perambulando.
Você tá cansada de saber que eu não gosto de rosa vermelha, nunca gostei.
Eu fiquei olhando para ela, ela para mim e eu a tomei nas mãos.
Eu sei que não era aquela rosa vermelha colombiana que você preferia, mas você sempre ficava com elas ao final de tudo, colombianas ou não.
Desde que você foi embora é assim. Eu fico sem a menor idéia de onde colocar a rosa vermelha.
(...)
Bate uma revolta no meu coração,desculpa.
Mas bate uma revolta no meu coração, uma revolta que não deveria bater e que eu nem esperava que batesse. A revolta por você ter ido embora, desculpa.

Será que dá pra você aparecer no meu sonho pra eu te entregar a rosa vermelha de hoje?

meu(s) primeiro(s) amor(es)

É verdade que nunca nenhum rapazote bateu em minha porta pra pedir ao pai pra me namorar.
Também sei que é verdade que, na escola, os meninos me escolhiam pra ser castigo pros outros. “Quem errar o chute, vai ter que beijar a Denise”
Claro que eu sofria.
(...)
Sempre sonhei que um moço ia aparecer na minha janela, aquela na qual eu fico todos os dias à tarde, e ia me levar daqui. Cidadezinha ruim essa!
Ele ia chegar da capital e ia ter roupa engomada.
(...)
Pois que um dia apareceu uma cigana aqui no fim de mundo, eu fui escondida de minha mãe até a velha que botava carta da sorte.
Cheguei lá e a mulher disse que se espantou com a minha feiúra!
“Faz mal não, já acostumei, coloca logo carta, mulher!”
Foi que a cartomante fez a boca em formato de O quando viu minha sorte.
Disse que não acreditava e ia tirar de novo. Fiquei foi bem curiosa.
Deu o mesmo destino. Mesma carta.
“Mas é claro, destino não se muda, dona cigana!”
A mulher disse assim que na carta falava que iam aparecer muitos homens na minha vida, todos embaixo da minha janela.
Saí de lá e fui direto à Casa de Perfumes. Comprei água de colônia, talco e maquilagem.
Pois foi que passei a chegar toda tarde na janela como fazia antes, mas agora, aprumada!
Demorou um pouquinho, mas a profecia se concretizou.
Foi ontem, eu tava com o cotovelo já doendo de parapeito de janela quando ouvi os primeiros acordes!
Quando vi, eram vários homens me querendo!Todos rindo e tocando instrumentos para mim!
De certo que a cidade toda se chegou na janela, mas eu já mandei avisar pra fofoqueira que aquela música toda fora para mim, uma serenata dos meus homens!
Hoje já coloquei vestido novo pra esperar a volta deles, pode ser que fiquem mais tempo embaixo da minha janela dessa vez!

sábado, 18 de abril de 2009

Capitu

Depois de ler tudo aquilo, ela teve náuseas.
A cada letra parece que uma víscera sua saía do lugar e se enlaçava em outra.
Começou a sentir mal, tonteira, enjôo.
Sentiu o vômito beijar sua língua e o engoliu.
Para que aquilo tudo?
Desesperador.
Ela tinha vontade de ter escolhido nascer sem os olhos, pois parece que começava a ver o efeito que aqueles olhos causavam. Seu olhar.
Nem se fosse cega adiantaria. Aqueles olhos continuariam ali, seus olhos que ela sabia que tinham poder, que atraíam qualquer um a cada pensamento seu.
Queria escolher arrancar seus olhos e deixar um grande buraco vermelho de nervos no lugar, para que todos a olhassem e vomitassem, e não mais tivessem atração por aqueles olhos que puxavam corpos.

O fumacê e os meus miolos

Eu cheguei à esquina quando vi meu ônibus parado no ponto.
Imediatamente, apressei-me puxando a pesada mala de carrinho e carregando curvada a mochila de toneladas. Duas semanas longe de casa e da comida de Amélia.
Acontece que, quando fui atravessar a rua, pra ficar desesperada e quase ser atropelada pelos carros da pista onde moro, veio um fumacê, assim, bem do meu ladinho!
Toda a névoa branca com cheiro ruim embaçou minha visão de qualquer ônibus e qualquer carro. Eu entrei no meio da fumaça toda, engolindo, tossindo e fazendo uma mulher má, que estava na calçada, rir para mim, ou de mim.
Mas o ônibus se foi. Claro que não deu tempo.
Mas não era aquele que eu ia pegar mesmo, apesar de que daria para pegá-lo também!
Acontece que fui pro ponto então.
Esperei um bem pouquinho quando vi um possível meu ônibus se aproximando.
Acontece que entrou um outro ônibus na frente, tampou minha visão e minha chance de dar sinal pro motorista que, claro, foi embora e me deixou pra trás.
Ódio.
Tinha um cara no ponto que sabia que eu ia pegar aquele, que sabia que eu estava esperando e já tinha perdido um. Nem pra dar sinal pra mim, nem pra me mandar gritar, nem pra me avisar que aquele era o meu ônibus.
Mundo hostil,” o mundo todo é hostil.”
Que raiva.
É aí que começa minha divagação interessante.
Naquele ponto de ônibus, da cidade pouco bonita, eu tive tanta raivinha que comecei a delirar.
...Imagina se quando aquele ônibus idiota e verde tivesse parado na frente do MEU ônibus, eu tivesse pegado minha mala de carrinho e começasse a socar, socar, socar muito a lataria do grande carro.
Iria desgovernadamente amassando toda a lateral daquela condução verde ridícula. Quebraria os vidros, surtaria e o mundo conheceria minha ira.
Depois, pegaria o resquício de força e iria numa voadora atroz em direção àquele que não me deu notícia que meu ônibus chegava. Iria até ele voando com meu carrinho, minha arma branca, nas mãos, direto e pá, na cara dele, até ele cair para trás como em desenho animado.
Incrível!
Depois eu cairia, exausta de tanta raiva e revolução interior, cairia por sobre minha mala e mochila e dormiria um sono tranqüilo e calmo de quem fez uma excelente catarse...

Ainda bem que existe a imaginação!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aline.

Ontem eu vi a menina morena que virou mulher
a menina que eu guardei porque tinha, no pulso,uma mancha de nescau que derramou.
Ontem eu vi que eu tô vendo tem tempo
que eu sei viver sem ela não,a morena.
Pode ser que eu tenha achado que depois íamos mesmo nos afastar
mas, que nada!
Apesar da distância,foi que ficamos mais juntinhas
tipo café com leite (se eu não tiver tomado sol)
tipo maçãs, cada uma com sua metade.
E hoje digo,meu amor por você é cláusula pétrea!

terça-feira, 14 de abril de 2009

nota vermelha(cor de Almodóvar) do dia.

Hoje eu lavei a louça sem luvas.
É porque já não há uma razão maior para mantê-las tão vermelhas.por essa semana.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cotidiano

-genteee, não tem água pra beber!
-ué, não tem pão, comam brioches, não tem água, bebam cerveja!

(morar com Ana Karolina Leones e Bianca Carbogim)

terça-feira, 7 de abril de 2009

crise renal

E, se me disserem que comer bosta CURA pedra nos rins, eu como(!), sem nem precisar de água pra descer!

sábado, 4 de abril de 2009

Dia 31 de março de 2009.

Essa semana teve um dia que foi diferente.
diferente de todos os anos, de todos os dias, de todos, de todos.
é, eu me lembrei de você. Ao contrário do ano passado, que eu liguei pra sua casa uns dias depois. e nesse dia, nesse dia 31 de março de 2009 eu declarei ser o DIA INTERNACIONAL DA SAUDADE EM MEU CORAÇÃO.
eu lembrei de você e te pedi um presente do seu aniversário.
eu lembrei de uns anos atrás, tinha fantasia.
Vou colocar aqui, aquela nossa velha brincadeira. A maioria já conhece, mas eu quero colocar mesmo assim,tá?!

Para:Beta/De:Isa

Uma menina me ensinou quase tudo que eu sei
Ela queria tudo ter: estrela, flor,estilo.
A minha grande,
A minha pequena,
A minha honey baby
Naturalmente ela sorria,
Foi assim que a conheci
Menina do anel de lua e estrela,
Um raio de sol no céu da cidade
Penso em você, fico com saudade!
Plantei uma flor no coração dela, e ela me deu um sorriso trazendo paz.
És parte ainda do que me faz forte.
Hoje à noite não tem luar,
E eu estou sem ela
Vai ser difícil sem você,porque você está comigo o tempo todo.
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Lembra que o plano era ficarmos bem?
Mas não chore lágrimas de dor que molham o chão
E só fazem brotar semente chamada solidão.
A dor não presta, felicidade sim!
Na verdade, eu não vou chorar e hoje sei o que a Terra veio me ensinar.
Os olhos já não podem ver, são coisas que só o coração pode entender.
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar, tão doce de olhar, que nem um adeus pode apagar.
O sol ensolará a estrada dela!

Carolina míope.

Carolina tinha seis anos quando a professora chamou sua mãe no colégio.
A professora aconselhou que Carolina fosse levada ao oftalmologista pois,acostumada com esse tipo de caso, podia perceber que a menina tinha certa dificuldade.Estava escrevendo com o rosto muito próximo da folha e apertava os olhinhos para ler o quadro negro com freqüência.Como boa mãe, Dona Carmem cumpriu as sugestões escolares.
Carolina chegou a uma sala bonita, movimentada por telefones e secretárias.Sentou perto de sua mãe e esperou.Chamaram a pequenina para a consulta!
Quando o médico, após os exames, explicou para Carolina que ela teria que usar óculos, a boca da menina fez um formato de O e ela arregalou os miúdos olhos.
O moço vestido de branco que deu a notícia sentou com a menina no chão.
Ele explicou para ela que algumas pessoas nascem especiais.Essas pessoas vêem o mundo de forma mágica, colorida e linda, como nos desenhos animados.Mas,nem sempre a vida era assim e essas pessoas precisavam enxergar a realidade, assim, elas veriam as coisas como são, nem tão bonitas, mas, dentro de seus corações, transformariam as cenas em belas novamente.Como iam precisar ver o real,então, elas usavam óculos.
(...)
Os corações dos míopes não precisam de lentes.

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