sábado, 30 de maio de 2009

hiato criativo x greve.

Na minha cabeça há muitas histórias
histórias.estórias.
inventadas,inspiradas, aumentadas, histórias, estórias.

quem conta um conto, ganha um ponto.

Acontece que. elas começaram a brigar aqui.
Elas estão existindo, mas não sabem sair daqui, não tem pés.
é o hiato criativo, a lacuna, a falta de inspiração.
Sei que devo e preciso escrever.
escrever qualquer coisa assim sobre você, sobre o amor,
sobre alguma dança ou qualquer criança bonita.
Mas, nada sai.

Ela me disse que era pra colocarmos em greve, mas eu disse que nosso hiato não era proposital, nem era um protesto.era, é, talvez, um castigo. um castigo das idéias.
olha a outra castigada : http://meninadasmares.blogspot.com/

domingo, 24 de maio de 2009

Domingo no parque.

Um dia eu quero ter filhos.
que é pra eles me acordarem no domingo de sol, tão cedinho
com mil beijinhos e abracinhos, com bafinhos e olhos de remela
e cachinhos

vou vesti-los bem bonitinhos e eu também
tomarei aquelas pequeninas mãozinhas e andaremos no sol fraquinho,
buscando o parque centenário da minha bucólica cidade,
...tem trenzinho!

sábado, 23 de maio de 2009

o evitar.

O problema todo é que se apeguem e, assim, a expectativa criada em cima de alguém não seja correspondida.
O causar sofrimento em alguém, e saber disso é algo muito sério, vinho do mal que não se deve beber.
Deve ser por isso que há a fuga.
Evita, foge, some, não se apega para não ser apegado.
Tira o olhar, não liga e não chama.
Não retorna pra não ser apegado.
Não ser apegado pra evitar a decepção, evitar ser a decepção de alguém,
evitar o choro, ou antecipá-lo.
Evitar o sofrimento de alguém, ou apenas antecipá-lo.

É só mais uma das fugas de alguém.
e vai passar a vida toda assim?
evitando o apego pra evitar sofrimento (do outro)
e evitando. e evitando... (?)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A hora da estrela

Mal feita de cara e de corpo.
Nem tão mal feita assim de corpo, mas desengonçada, magrela, pálida, corcunda.
Ela tinha acabado o Ensino Médio e agora estava no curso pré-vestibular.
Acontece que, até ali, os professores se recusavam a lhe dizer o motivo de seu apelido, sussurrado pelos cantos, entre fórmulas de física, ser Macabéa.
Ela nunca entendeu mesmo. Por vezes sentia curiosidade, perguntava. Eles desconversavam e morria ali.
Como um reflexo de sua cor de pele anêmica, a menina parecia estar sem força até para querer realmente saber a razão do estranho apelido.

(...)

Foi que ela passou no vestibular.Universidade pública.
Seria festa para qualquer pessoa, não tanto para ela.
Para a nossa pálida personagem, o ensino superior seria só mais uma continuação normal daquela vida mesquinha que nem ela se dava conta que levava.
Era uma situação normal.
bege como ela.
neutra.

(...)

Foi em uma tarde amarelo manga que essa Macabéa se deu conta de toda a sua vida.
Uma vida sem cores primárias.
Ela teve vontade de vomitar e levantou. Levantou e foi até ao prédio cinza de concreto de sua Universidade.
Último andar.
Tirou os sapatos como mandava a tradição.

E então, a menina que nunca soube porque era Macabéa encontrava,agora, a sua hora da estrela. cadente.

Trim.

Deu um pulo quando viu o celular piscando.
aquele nome no visor. Luz azul.
Voltou pra cama, ainda com a mesma voz rouca de sono
voltou pra cama como que para saborear aquele momento.
Saborear aquele momento como quando se come aquele doce devagar,
com medo de acabar, comendo em pequenos pedaços,
sentindo o sabor na língua e querendo guardar pra sempre aquele gosto.

Desligou.

Há vozes que parecem que colocam a gente no colo, fazem carinho, pedem calma, desacelera a nossa respiração e dizem que tudo vai ficar bem com beijo na testa.
Há vozes que parecem que colocam no colo, estejam em Paris ou em Barra Mansa.

domingo, 17 de maio de 2009

Saudade

Saudade é só uma estação de trem que tem no interior do Rio,
em Barra Mansa, e que dá nome a um bairro...
Bairro Saudade.


(...) algo parecido com isso foi dito na TV.

Rua

A cada semana é uma diferente.
Mulher bonita. Muito bonita.
Semana passada era uma bem bonita junto de uma criança linda. Dessas de se olhar e de dar vontade de ter filho, parindo ali mesmo, no meio da calçada.
A cada semana é uma diferente.
Uma mulher bonita, que está sempre sorrindo, maquiada, acompanhada de criança ou homem também bonito.
Ela fica ali, como uma idiota, sorrindo insistentemente.
Não sei do que ri. E me dá raiva.
Eu saio de casa reclamando do calor, da cidade feia, da poeira, do sono e da fome
e dou de cara com aquela mulher.linda. olhando pra
pista da cidade que fica no meio da pista
e sorrindo, dentro de um ar condicionado, cheirosa, parece sempre que acabou de sair do banho e que a poeira do caminhão dali de tão perto não chega nem longe de tanta
beleza.
Ela olha o que?
Eu parei. Acompanhei seu olhar.
Ela tem seu campo de visão limitado. Umas três árvores meio amareladas, esturricadas de calor e de poeira, uns camelôs sem dom de vender,
gente feia passando de um lado para outro
gente meio que perdida no meio
do calor e daquelas ruas sem começo fim.
E a mulher fica lá. sorrindo. Rindo, bonita e cheirosa, olhando pra pista. Irritante.


Maldito outdoor do Boticário,
maldito contraste que faz com a cidade,
dá vontade de morar lá, ser bonita que nem ela e viver sorrindo, olhando pra estrada.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

manhã

Morar sozinho é uma saga e isso é fato ponto.
Acordar com a sua companheira de casa te gritando
e tá passando mal me acode esquenta a bolsa de água quente pode ser pedra nos rins tá doendo ainda vou te dar buscopan liga pra sua mãe ela vai ficar nervosa melhor não hospital eu tenho medo de dar aquele negócio quando toma injeção come alguma coisa você tá vomitando de estômago vazio vou pedir ajuda a dona do condomínio tá pra itaguaí não sei onde fica o hospital que que faz? to com medo de ser apendicite é do lado direito também liga pra sua irmã que ela faz medicina a mulher da lanchonete aqui embaixo foi chamar o táxi o marido dela que trabalha na prefeitura vai pedir pra atender a gente antes que lá é confuso olha esse povo todo aqui não gostei desse médico ele tem cara de desenho animado tem certeza que não é apendicite né? mas a urina dela tá normal tá onde levo ela pra tomar o medicamento? injeção? karol você que vai entrar com ela eu vou desmaiar vamos pegar o potinho pra fazer o exame não melhorou a dor? faz xixi logo faz pensa no barulhinho da água daqui a quanto tempo? vamos pra casa almoça só um pouquinho bibi três garfadas da sopinha da karol e não se fala mais nisso tá dorme ouvindo little joy vou arrumar essa casa que bagunça tem tanta louça ufa dormiu acordou seu pai tá aqui vai pegar o exame beijos boa viagem melhoras me dê notícias amo você

quinta-feira, 14 de maio de 2009

filha do rei sol

Ando com saudade daquela menina...
Menina que costumava andar muito de verde, cabelão ondulado lavando as costas magrelinhas.
Ela se fazia feliz pelo simples fato de acordar cedinho e ter sol, mais nada era preciso pra arrancar um sorriso daquele rosto.
Saudade da menina que chorava sorrindo quando via as variadas folhagens das árvores iluminadas pelo sol, balançando com o vento.
A menina dava a mão pra outra e começavam a dançar, como que saltitando, ao ouvir os primeiros acordes de um reggae roots. onde quer que estivessem.
Lembro do dia que ela catou mais de 200 sementinhas embaixo de várias árvores, furou uma por uma pra fazer belo um cordão.
Ela gostava mesmo era de parar a cabeça pra cima assim,perto de árvores... dizia que as folhagens diferentes tavam se entrelaçando e com fundo azul de céu, formavam um quadro bonito. Quase ninguém conseguia ver também. Só ela e mais uma.
Foi tempo que ela esperava o ano todo pra subir a pedra da sereia ou fazer trilha do Convento da Penha de pé no chão.
Aquela que tinha no seu quarto verde, uma foto de Bob gargalhando fundo e gostava de ver aquilo e gargalhar também.sozinha.
Menina que, todos os dias, sentava na janela do quarto que era pra ver o sol se esconder atrás das árvores que ali haviam...
Ela acreditava em liberdade pra dentro da cabeça, usava cordão de couro e brinco de marfim..
era sandália rasteira com saião.
Quantas manhãs Menina não foi ao horto catar pena de arara bonita que se deixava cair pra fora da jaula? Era pra fazer brinco...

Ah, ando mesmo com saudade dela...
olhei no espelho e já não havia quase nada mais(...)

terça-feira, 12 de maio de 2009

São Paulo, 12 de maio de 2009

Prenda minha,

Te escrevo da capital.
Aqui se faz bonito, principalmente de manhã no cedinho, quando olho a cidade grande amanhecendo aqui do alto da construção que tô fazendo serviço.
Chego e ainda é noite, subo e páro pra ver o sol amarelo que começa a aparecer no meio de tanto prédio.Quando eu te trouxer pra cá, preta, você vai ver como que tem prédio junto, faz com que parece casa de passarinho, sabe?
Mas fico olhando essa lonjura toda de cidade, de terra e de gente e me alembro de você, minha nêga.
Terminando esse serviço, vou pegar o dinheiro todo e voltar praí.
Pode mandar sua mãe preparar aquele vestido bonito branco que é pra você se ajuntá mais eu.
Fica tranquila que eu vou falá com seu pai nos conforme, não se avexe não.
Pode separá umas pedra bonita de se colocar na orelha.

Todo dia,quando acaba o expediente aqui, eu penso que é menos um dia que falta pra eu voltar praí, te ver vestidinha como aquela foto que eu via de pequeno, da minha mãezinha toda vestida de branco mais meu pai. Te ver com aquele véu igual de santa de capela, todinha minha, prenda!

Se aprepara, pequena, que eu tô chegando aí pra te trazer junto de mim.
Aqui você vai ver um monte de gente arrumada, cheirando mais perfume do que a loja da dona Ieda chêra talco. Vai ver um tantão de coisa bonita. Já vejo até seu sorriso bobo de mulher que não sabe falar, toda espantalhada, que nem eu mesmo fiquei!

Vamô fazer uma casa nossa aqui e ter um cachorro chamado Fubá.
Depois vem as criançada toda, menina bonita quem nem você mesmo...vai ver só.

Te acalma o coração que eu já vô chegando.
Um chêro,

Casimiro

segunda-feira, 11 de maio de 2009

tem um pedaço de idealismo no meu queijo!

Pare de dizer que é tudo só mais uma ideologia minha!
Aquele cara, que não tem medo de morrer, entrou no auditório e denunciou uma parte da corja desse país.
Ele citou nomes. Ele vai morrer.
Ele mexeu comigo.
Eu já sabia que tudo estava errado, mas ele me fez ter vontade de
gritar e fazer alguma coisa.
Essa vontade me trouxe um forte arrepio por todo o corpo e veio transbordar em forma de lágrimas.
Enquanto eu sentir essa vontade de mudar, sentir que eu posso fazer algo, que seja um pedacinho, eu estarei no
Direito.
Quando eu não tiver dentro de mim mais
essa força, quando meu sangue não se sensibilizar com o
sangue
dos outros que se derramam, então eu poderei largar tudo.
Ideologia.Direito.Sonho.
Porque, se não for pra fazer diferente, não há razão em fazer.
Não, menina, cala a boca.

Eu não tô falando pra você fazer uma revolução.
Eu não tenho, nem nunca tive a pretensão de mudar o mundo.
Eu não disse que é pra você pegar uma bandeira e ir pra rua. Não!

Se você quer exercer sua profissão na empresa do seu pai, vá!
Se você quer ficar atrás de uma mesa de madeira maciça, no ar condicionado, vá!
Ganhe seu dinheiro e passe pela baixada quando for passar as férias em Cabo Frio.Foi Cabo Frio que você disse que quer passar as férias, não foi?
Se é confortável isso pra você, faça isso sim.
Se nesse setor, na sua escolha,você não passar por cima de ninguém,
não prejudicar ninguém,nem a sociedade e não for
desonesta,
você já será parte de qualquer
revolução.
É o famoso "pense global, haja local"

Honestidade não é questão de idealismo, minha filha.
Eu posso desanimar sim, perder meus ideais, parar de acreditar, mas a desonestidade não!

Aquele homem feio, de cabeça achatada, que nem se veste como meus outros professores de Direito
me mostrou que não é só eu que sonho no mundo.

E você, menina, pare de dizer que não tem jeito!
Vá sentar na cadeira da empresa do seu pai e seja honesta, tá?

Um beijo, até amanhã!

sábado, 9 de maio de 2009

lilás

Ela queria voltar a
ser um sonho.
Ela queria voltar a ser encantada.
Ser flor.
Ela queria voltar a ver
o mundo todo colorido,
como que cheio de gérberas
grandes e pequenas espalhadas.
Ela queria voltar a se ver sempre correndo
por entre os eucaliptos.
A ser um
cor-de-rosa não romântico,
ser suave. É, sonho.
Ser nuvem, ser céu,
ser sol que entra pela janela, fraquinho, no final da tarde, só pra acordar daquele soninho bom.

Amanhã, ela vai acordar bem cedo
e tentar pintar o mundo de lilás.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bar do Chuveiro

Lavei os cabelos com chá de flor de marcela.
Agora eu posso voltar a ser aquela. aquela de uns 2 anos atrás, que ainda não usava brinco de pérolas...
Veio aquela vontade da gente pegar aquele pedaço da Estrada Real.
Passar na serra linda ouvindo músicas bonitas no carro de janela aberta, pode ter pausa pra comer pastel do chuveiro sim.
A gente nunca se cansou de cantar, vai parecer um bando de jovens sadios, bronzeados,vai parecer de filme!
ah, eu vou pegar umas linhas também, embolar no cabelo, fazer dread de cor, como daquela vez que foi...
Agora desce o Deus me livre, eu vejo o paraíso, você tá comigo!
Se tem chuva, a gente abandona a barraca e corre que pula na poça eu não ligo nem você.
Se tem sol, ele nos cansa em trilha por todo o dia.
Só não cansa o suficiente pra eu deixar de botar o pé no chão e dançar forró a noite toda.
Tem vagalume.tem guaiamum.
Tem também gringo, argentino, que a gente começa a conversar só porque parece o cantor da nossa banda preferida.
A minha tentativa de espanhol foi péssima, mas a gente se fez em sorriso!
À noite, a gente fecha no Muvuca, com algum salgado que não me faça vomitar no meio do caminho para a praia que é pra ver o sol nascer do mar.
Você sabe, toda noite ele entra naquele mar lindo e se esconde que é pra poder aparecer estrela, aquelas que são tantas naquele céu. Mas depois do lanche no Muvuca, vamos todos lá vê-lo sair do mar, laranja. laranja. cansado de beber água salgada.
(...)
A gente decide que vai morar lá pra sempre. E o sempre dura até começar a anemia, aquele PF não ser tão maravilhoso assim, o lodo do banheiro começar a incomodar...
Aí as olheiras vão surgir, a gente pega a barraca e volta pra selva de pedra, mas a gente só volta pra cá que é pra poder voltar pra lá, mais tarde.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

arte moderna.

Não sei o que quero, mas sei exatamente o que não quero
com toda a certeza do mundo
mas só nesse exato segundo.

Carta ao Jorge.

Pavuna, 7 de maio de 2009

Quero ir ao show da Banda do Zé Pretinho, você vem comigo?
Não, a chuva não tem que parar de molhar, quero me sentir mais que o infinito, pura e bela, inocente como a flor.
Quero ir toda de branco, meiga, pura, linda e muito tímida.
E a gente vai girar, que maravilha! Grita comigo, assim:
-Salve Simpatia!
Não, não ligo de estar despenteada, é funk na cabeça!
Te vejo lá, então!
Que Santa Clara esteja com você!

Beijos,

Denise Rei

quarta-feira, 6 de maio de 2009

enquanto um bom texto não vem.

Que lugar bonito. E nem tem ninguém pra comentar comigo, olha ali!
Como um oasis.
No meio de tanta feiura, aquele lugar lindo. A minha universidade.
Que clima.
Sinto-me em um filme bonito, aquela novela da tarde...
Os jovens espalhados e sentados. Cigarros e folhas de filosofia.
Tá bonito, continua!
Pena que eu não estudo aqui, não exatamente aqui, pena que eu nunca venho aqui.
Imagina se eu fosse embora amanhã e não desfrutasse de nada disso?
Agora vou passar a frequentar mais, você vai ver.

Eu andava preocupada com milhões de coisas, ocupada em miúdos e não via tanta beleza dessa, minha gente!
Cadê a minha máquina fotográfica? Quero gravar essas cores na retina para levar pra casa!

Vou pagar 1 real e ir pro campus pra distrair à tarde, você vem?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

sigo sorrindo.

Depois de uma boa noite de sono, a gente sempre dá um jeito de seguir sorrindo.
Vê que tem sol, que o céu tá azul
lembra que o melhor da vida é rir até fechar os olhinhos.
Como um mutante, sim.


"JURO QUE NÃO VAI DOER SE UM DIA EU ROUBAR
O SEU ANEL DE BRILHANTES
AFINAL DE CONTAS DEI MEU CORAÇÃO
E VOCÊ PÔS NA ESTANTE
COMO UM TROFÉU
NO MEIO DA BUGIGANGA
VOCÊ ME DEIXOU DE TANGA
AI DE MIM QUE SOU ROMÂNTICA...KISS-ME, BABY KISS-ME
PENA QUE VOCÊ NÃO ME "KISS"
NÃO ME SUICIDEI POR UM TRIZ
AI DE MIM QUE SOU ASSIM...

QUANDO EU ME SINTO UM POUCO REJEITADA
ME DÁ UM NÓ NA GARGANTA
CHORO ATÉ SECAR A ALMA DE TODA MÁGOA
DEPOIS EU PASSO PRÁ OUTRA
COMO MUTANTE
NO FUNDO SEMPRE SOZINHO
SEGUINDO O MEU CAMINHO
AI DE MIM QUE SOU ROMÂNTICA...KISS-ME, BABY KISS-ME
PENA QUE VOCÊ NÃO ME "KISS"NÃO ME SUICIDEI POR UM TRIZ
AI DE MIM QUE SOU ASSIM.."

domingo, 3 de maio de 2009

.

O domingo acordou
nublado
e,em dias assim, parece que o jornal de domingo,todo
preto e branco e cinza
foi colado cuidadosamente no
teto de céu da avenida.
As notícias ficam assim
expostas para quem
passa e olha pra cima,
pra ver se vai chover hoje.
As notícias se fazem
bonitas em um sonho
que,só não é colorido,
para dar um ar sofisticado e poético ao dia,
quase cheirando a café
Notícias de que
nada existe de gripe suína
o Supremo Tribunal Federal tem homens de postura
Botafogo tem Maicosuel jogando na final de hoje
e...ora vejam só(!)...
Augusto Boal acaba de lançar uma nova peça!

Quem diria que
um dia nublado pudesse publicar
notícias tão coloridas em seu céu

Com licença, poética

Venho por meio desta,
e com todo o clichê que posso ter direito
ao início de uma carta,
com aposto no lugar de aposto,
fazer um pedido. Pedidinho,singelo.

Eu venho assim sem rima,
venho sem métrica, por preguicinha.
Eu venho assim sem forma,
sem soneto e sem muita vontade.

Mas o que eu quero mesmo pedir, Senhorazinha, é que...
Você, que é toda dona do mundo
toda dona das palavras
das vírgulas que me caem do céu
das crases mais divinas...

Peço assim, com todo o jeitinho que se possa ter, Dona Poesia
Dê-me (com ênclise), dê-me assim, uma licencinha
Uma licencinha poética!

sábado, 2 de maio de 2009

Matemática

A gente vive de contar os dias para chegar um dia.
Aí ele chega, passa como 1 segundo
e nós começamos a procurar um próximo dia
para começar a contar novamente.

Pe(cadinho)

Estava deitada quando ouviu o comentário dos pais:
-Onde está a menina?
-Tá no quarto!
-Tão quietinha ela, deve estar lendo...
Sim, e estava. Sempre fora assim, quietinha.
Quando criança, a mãe podia dizer que enquanto ouvia os gritos das crianças vivas nas ruas, cheirando a sol quente na pele, a filha estava em casa e brincava sozinha, quietinha.
Ela imaginava seu mundo, seus personagens,suas crianças e seu sol.
Mas agora, que revolta toda era aquela?
Sua língua coçava e ela queria falar, falar, falar, tagarelar e pelos cotovelos.
O que dera na menina?Ela não sabia, mas sua mente deixava de ser pálida e,no espelho,via cor de sangue em seus lábios,como nunca antes.
Agora ela falaria e deixaria toda a quietude para algum lugar do tempo sem cor.

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