terça-feira, 29 de setembro de 2009

Muitas questões povoam a minha mente.
A do ovo e da galinha é a mais conflituosa delas.
O ovo é o disfarce da galinha ou a galinha é, simplesmente, a mãe do ovo?
...Enquanto isso eu não sei o que vou ser,

porque ser é algo que dá muito trabalho,
precisa de um esforço braçal no mental

...mas essa é só mais uma pequena questão das muitas que povoam a minha mente,
onde a do ovo e da galinha é a mais conflituosa delas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eu tinha 19 anos e uma cabeleira aloirada de chá de Marcela quando vi uma realidade se tornar sonho.É extremamente estranho quando a realidade vira sonho e, mais estranho ainda é quando, após virar sonho, não se poder mais vivê-lo. É estranho isso, ou não. Mas é que sonho não nasceu pra ser vivido e, quando isso acontece, alguma coisa se sucede no tempo para mudar, porque a vida, companheiro, não é sonho não.Eu tinha 19 anos e uma cabeleira aloirada de chá de Marcela quando deixei o lugar. Eu, que nasci com a tendência à incompletude, via-me a mais completa das criaturas.Mesmo assim, deixei o lugar, com os olhos empapuçados do choro da noite anterior e uma cabeleira aloirada de chá de Marcela que eu tinha aos 19.E nesse dia, eu que sempre quis ser e tão incomum, entrei pro clã dos comuns que vêem sonhos se tornarem realidade, e não realidades se tornarem sonhos.

domingo, 27 de setembro de 2009

Porque eu tenho essa necessidade de ser assim meio contra a corrente. Mas não um contra polêmico, que bate na mesa e fala alto, porque assim também seria muito óbvio e previsível. Um contra que fala baixinho, virando a cabeça pro lado e rindo no final. Porque eu tenho essa necessidade de ser imprevisível e diferente de tudo que possam esperar de mim. Cara de que faz algo muito diferente, mas, no final, se entrega ao banal e ao mais comum. Um rótulo, uns títulos e essa delícia em surpreender,em deixar boquiaberto, em fazer o nada a ver, ou melhor, o que parece ser nada a ver.
O fugir assim, à francesa, pela tangente, de mansinho, de andar lentinho e com charme daquilo tudo que esperam de nós é fantástico.
Ser surfista com cara de surfista não tem graça. O interessante está em descasar as palavras e atos com a imagem e, se não for assim, não há porque rir.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Desde aquela hora com vontade de comer bis branco que não passa. Eu vejo poesia onde não tem, mas se vejo é porque há e ela me puxa pelos cabelos e me gira e me gira e me gira no ar. A menina caminha solta o corpo fecha os olhos no túnel de metal e se liberta em sonhos porque fecha os olhos que levam segundos de vida que passam e que passam pelo túnel de metal e ela sobe. Sobe, tá chovendo. Vê um abraço e deseja encontrar. Na chuva.Na certa daria um beijo longo na boca quando as línguas dançam e dançam, e depois olharia a cara dele de sono que tem na chuva, no largo.E anda e o guarda-chuva dobra e o vento e o vento e o sinal que pisca e já passa das onze e o casal que namora na porta, no prédio, no escuro. Casal que se beija e faz quem não beija ter vontade de beijar também. Sumi sim e gosto de sumir quando ainda não sumi de mim mas, ao final do dia, tudo o que eu queria mesmo era matar essa vontade de comer bis branco que não passa.
Chovia uma chuva de dar dó.
Cinza e caras cinza.
Nublado. Preto. Branco.
No meio da praça um homem preto.
Negro como Bob. Cabelos como os de Bob cantava
lindamente
como Bob.
O dia era cinza.
Sem sol porque
naquele dia cinza, o sol amarelo havia escolhido aquele homem preto pra morar.
E a chuva.E a chuva que caía do céu só pra lavar seu rosto, homem.
E cantava e cantava porque balançava um balanço de Bob e os dreadlocks que pulavam pra comemorar a chuva que cantava pro homem.
E o sorriso. O sorriso do Bob do Largo do Machado que fazia
o dia ter o sol iluminado mais preto que já vi.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Receita de bolo

Se quiser que uma paixão dure,jamais a corresponda.

domingo, 13 de setembro de 2009

Lili inventa o mundo

Lili tinha 5 anos e umas balas no bolso quando ganhou um caleidoscópio.
Botou o buraco dentro dos olhos e viu o mundo se mexer colorido.
Lindo.
O mundo que Lili via por aquele único olho do tubo era Lindo.
E Lili decidiu que, a partir de então, mesmo sem o tubo, ela veria o mundo sempre daquele jeito. Miçangas e paêtes e estrelinhas coloridas nadando pelos ares e cores e cores.E, assim, Lili se tornou a famosa garota dos olhos de caleidoscópio.
Quando Lili passava por momentos tristes, as cores ficavam mais escuras no caleidoscópio do mundo, mas ela girava e tudo voltava a ter cor e nadar e nadar e nadar em colorido.
Um dia,Lili achou que não sabia mais que cor estava. Estava tão confusa, havia cor por todo lado. Por vezes, ela queria ser amarelo-laranja-vermelho, por outras, ela queria ser lilás-rosa-verde clarinho. Lili caiu em pensamento. Pela primeira vez na vida não sabia de que cor estava seu mundo. Estranho.
Foi quando chegou no parapeito da janela, e o verão chegava também. Lili arregalou os olhos já não pequenos, e gritou sozinha no quarto:

-Azul!

Azul Azul Azul.
Blue Blue Blue .
Blues. Azuis.
Blue Blues Azul tudo todo mundo nu céu celeste celestial de um azul tudo mas sem você eu fico blue blues azuis azul blue.

Bilhete

A vida aos 20 e poucos anos se resume em apenas alguns conselhos (pelo menos para três garotas sonhadoras):

"Cuidem bem da Filó , deixem a geladeira viver até quando ela agüentar e tampem bem os pregos quando a próxima gaveta cair.Cuidem bem da Luana, ela é uma extensão da nossa casa! Vejam esse negócio do disjuntor com a Adriana pra não ter que ficar descendo pra ligar, cuidado com o pai da Adriana, eu o acho tão estranho.Bianca, confira o gás e a porta toda noite, mesmo que já tenha ido deitar. Tentem fazer mais amizades no condomínio, pois eu acho que somos muito excluídas aqui, ou então mudem, mudem pra uma casa com jardim."

sábado, 5 de setembro de 2009

Liverpool

E então eu, que sempre repudiei os pronomes possessivos,
quero ser a sua my girl...

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