quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Carta ao P. VI

Querido,

Foi em um taxi que eu deixei a pacata regiao de Newton, onde eu morava em Boston. Ao som de uma musica dos anos 50, talvez, que dizia coincidentemente " Go away, little girl...", eu tentei puxar assunto com o taxista. Eu disse que gostava da musica e perguntei se ele sabia quem a cantava, ele resmungou qualquer coisa e aumentou bem pouco o radio do carro. Abaixou minutos depois, novamente, quando comecou a tocar Elvis Presley. Newton e um lugar que parece ter parado no tempo. Casinhas com jardim que se conservam o tempo todo de portas abertas na regiao "safest" dos Estados Unidos, foi o que a Deborah, a dona da casa que fiquei, me disse. Newton Center, era onde eu morava. Alem das casas, uma regiao em volta do T, o trem, possui umas lojinhas charmosinhas, uns cafes, dois pubs e qualquer outras coisas que fechavam por volta das dez, e nao mais que isso. Eu fui embora de Newton, aquele pequeno universo quase particular, no meio da America do Norte, ao som de uma musica que dizia pra eu ir embora, pequena menina. Eu fui embora de Newton e chorei. Pelo dia anterior e as despedidas em abracos, por uma Isabela que eu deixei um pouco ali e por uma nova que eu descobri no meio das arvores secas da Langley Road. Qualquer coisa acontece quando voce se vence, meu bem. Qualquer coisa aconteceu. Quando eu cheguei eu disse para mim: agora e so voce contra voce mesma. E foi. Eu deixei Newton com saudade, mesmo que saudade nao exista em Newton. Go away, little girl, o mundo so comecou.

Um beijo de amor.

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