terça-feira, 29 de março de 2011

Sou como o cego de nascença: vivo um mundo inventado.

sábado, 19 de março de 2011

realidade

Sinto o fio da vida muito latente enquanto observo a morte gradual dos meus avós.
No começo,a presença do fim se mostrava quieta em detalhes de debilidade, de esquecimentos e de dificuldades antes não observadas.
Hoje observo a chegada do fim dando passos largos, o que me aflige, assusta e deprime em relação à vida. A progressão, ou regressão, que conduz ao último instante é triste para quem convive.
Hoje pedi ao meu avô se poderia apertá-lo muito e apertei. Sigo assim tentando segura-los um pouco mais ou imaginando sempre que o instante presente pode ser o último.
Nesse contexto não tenho reconhecido determinados atos meus de impaciência e irritação em relação a tudo no mundo. Chego a me estranhar em meu próprio corpo por ímpetos de mau humor e de grosseria não tão normais. Não tenho a tentativa de justificar nada, apenas me vejo muito desequilibrada e desacreditada com 20 e poucos anos.Sigo com uma responsabilidade de sempre ter demonstrado ser uma pessoa equilibrada e alegre que agora está do avesso. Sei que a vida pode ser bem mais leve para uma garota que mora na melhor cidade da América do Sul, e eu espero reconhecer.

terça-feira, 15 de março de 2011

Rush

Tudo parece perdido e é quando redescubro uma magia em mim, que vem da vontade de olhar muitas caras diferentes atravessando a rua ao mesmo tempo, e pra isso cantar uma música, e assim fazer um filme.
A graça ainda vem de achar graça de que no meio de tudo isso,
ninguém me notará sorrir.

As cidades invisíveis

"O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: procurar e reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço"

(Italo Calvino)

quarta-feira, 2 de março de 2011

À medida que envelheço, saio do antigo mundo das ideologias e utopias e entro em um ciclo de ilusões perdidas.
Os desejos passam a ser frustrados e me deparo com minha incapacidade natural (só percebida depois dos vinte).
Começo a notar a verdadeira realidade e me confesso assustada com o quanto é difícil atingir, não só a felicidade, como o estado de coração tranquilo.
Envelhecendo, percebo que a felicidade não existe e que a alegria sim existe, sendo a felicidade em pequenas difíceis doses.
Encontro a vida como sendo uma tragetória que devo seguir enquanto existo, mas que é permeada de pequenos e grandes problemas.
Pode ser que esse seja um momento de amadurecimento que me leve a qualquer coisa melhor, mas também pode ser o momento em que descubro a realidade da vida e que sim, ela não passe de tudo isso só.
Aí então, é quando alimento um medo de endurecer ao envelhecer.

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