quinta-feira, 11 de junho de 2009

samba.

O samba parecia morar naquele corpo.
Curvilíneo, se fazia em um grande tobogã do prazer ao rebolar
toda a malemolência morava ali
Era o samba em sua forma viva, com nome, dois seios, ancas largas e pele mulata.
Era Rita Baiana.
Era quem fosse que seria que seja que vá ser que foi ela
Tinha seus
pés de casca branca de lavar a roupa nas pedras do rio descalços naquele terreiro gostoso,
os pés esfregavam a terra,
levantando poeira que subia por entre aquelas pernas negras se misturando a chita da saia da preta.
E eu, homem feito, pai de família, olhava aquela cena transtornado.
Eu estava vendo o samba, minha gente, em pele, osso e carne, quanto carne!

No meio de tanta moleza de corpo, de jeito, de ginga, de roda, de bola
havia um sorriso branquíssimo no centro daquela pele negra e uns cabelos que se deixavam cair em cachos.
Mas dessa parte da Rita eu não me lembro não, tava hipnotizado
pela roda da saia que roda e levanta a terra que sobe pra beijar as pernas que eu não posso beijar.

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