sábado, 27 de junho de 2009

Isabela e sua péssima mania.

Quando percebi, tinham três dobras em minha testa, entre as sobrancelhas.
Meus olhos se embaçaram que eu não conseguia mais ver a nitidez pela janela do ônibus.
Meu peito se apertou e eu senti a corda em meu pescoço.
A corda.
A corda da contagem regressiva.
A contagem regressiva tem me atormentado os dias.
De repente,surge em mim a vontade de fazer tudo o que não fiz nesse tempo que tive.
O tempo está acabando e eu começo a ver as belezas do caminho que passei e não vi.
O problema todo começa pela minha estranha mania.
A minha estranha mania de me adaptar.
Eu sempre me adapto e , aquela história que tinha tudo pra ser ruim, fazer-me chorar até querer ir embora, faz-me sair sorrindo, feliz e pedindo bis.

Eu tenho a insuportável mania de ver o lado bom das coisas.

A situação começa ruim, insuportável, eu não deixo de reclamar.
Conforme vai passando, vou me acostumando de tal forma a passar a amar o que está acontecendo. Em minha tela mental, passam os momentos mais bonitos com trilha sonora e eu não tenho mais vontade de sair daquela que era a pior situação dos mundos.

Como a vida adora brincar comigo (e eu também adoro isso, porque sempre dou risada no fim), quando eu estou, finalmente, bem naquela situação que era das piores, ela vai e me sugere uma nova opção, ou melhor, a mais sonhada das opções.

Diga-me a razão da festa sempre ficar muito boa na hora de ir embora?

Abro espaço pra dizer que eu não suporto o tom cotidiano que esse blog tem tomado, mas você não lê e ninguém lê, então... que me deixe escrever pra tentar me entender, antes que eu desista.

Eu não vou sofrer tanto assim, não vou deixar a contagem regressiva me estrangular.
Vou levantar da rede, tirar os sapatos e sair pra correr.
Chegando lá, eu dou a mão pro destino e a gente pula numa poça d'água pra se sujar
deliciosamente.

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