Quando todos se retiraram da sala, a mulher foi em direção a uma penteadeira onde se encontrava o buquê de rosas vermelhas que a outra havia recebido.
Foi andando lentamente, como que olhando para os lados.Era o seu maior crime e a possibilidade de ser encontrada na cena dele a excitava.
Quando chegou e ficou de frente para a flor mais bonita, era como se tivesse cruzado a linha de chegada, agora faltaria pouco para tomar o objeto de desejo pelas mãos.
Pegou.
E no momento que pegou, sentiu seu coração ser maior que seu corpo e ouviu o único barulho do lugar ser sua pulsação. Ela não conseguia mais se mexer porque todo o seu corpo estava ocupado em bombear seu sangue que o coração já não dava mais conta de viver para outra coisa.
Seu sangue de ladra, ladra de flores, ladra de rosa.
Cheirou com todo o olfato que um ser humano é capaz de ter. Cheirou fundo o perfume da flor que o homem tinha dado pra mulher.
Esmagou, espremeu a flor mais bonita do buquê nas mãos e depois
comeu.
comeu até o talo e os espinhos, que era para cada um deles cortar sua garganta,
garganta de ladra de rosas.