Em um papel de pão dormido rasgado riscado por uma bic azul:
Marcos,
Meus olhos de onça
não estão mais com paciência pra gente mimada.
Minhas garras pintadas de vermelho 40 graus
não estão mais com saco pra ouvir criança chorando por amor.
Tô sem saco pra falação,
preferia quando a gente começava a rir da tragédia
e depois se beijava com gosto de devorar.
É bom que o mundo entenda de uma vez por todas que eu não sou de ninguém.
E, talvez, nunca serei.
Sou minha, só minha.
O que eu faço com você é poesia pra driblar o tédio.
Não me ligue quando acordar!
Carmem.
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