"Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
...
Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez.
O que fazes sem pensar, aprendeste do olhar
e das palavras que eu guardei pra ti
Não penso em me vingar,não sou assim.
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso,vale mais o coração!
Já que não me entendes, não me julgues,não me tentes!
O que sabes fazer agora,
veio tudo de nossas horas
eu não minto, eu não sou assim.
Ninguém sabia e ninguém viu,que eu estava a teu lado então.
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha, minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor ..."
Renato Russo
.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
codinome X.
E, de repente, eu venero cada soluçar do meu choro.
Eu idolatro cada lágrima.
A dor insuportável que surge no meu peito é a mesma que me consola.
Era disso que eu precisava para voltar a crer.
O desespero é o que vem me acalmar.
Que deliciosa dor de amor que posso sentir.
Eu não sei o que aconteceu, mas quando vi, eu estava aos prantos.
Eu já sabia que amor só era bom quando doía, agora senti isso na pele,
Como ferro quente me marcando.
Ah, obrigada por me sentir Álvares de Azevedo.
Obrigada por ter uma dor de amor invadindo o meu peito e me fazendo chorar.
É possível.
Eu não sei se você vai entender, mas é que não é possível viver de passado.
Não se pode ficar revirando pelo estômago cenas e carinhos passados como se fossem de agora, não carece, não faz bem.
É possível que eu tenha acabado de entrar para a geração do Lord Byron, que eu passe a acreditar que eu não precise ser amada, mas que eu apenas ame.
Ame de verdade, da forma mais sublime e pura que possa haver de amar.
O choro traz a esperança para quem um dia acreditou que só vale passar nessa vida, caso se ame e, que agora, vê que é possível voltar.
Eu idolatro cada lágrima.
A dor insuportável que surge no meu peito é a mesma que me consola.
Era disso que eu precisava para voltar a crer.
O desespero é o que vem me acalmar.
Que deliciosa dor de amor que posso sentir.
Eu não sei o que aconteceu, mas quando vi, eu estava aos prantos.
Eu já sabia que amor só era bom quando doía, agora senti isso na pele,
Como ferro quente me marcando.
Ah, obrigada por me sentir Álvares de Azevedo.
Obrigada por ter uma dor de amor invadindo o meu peito e me fazendo chorar.
É possível.
Eu não sei se você vai entender, mas é que não é possível viver de passado.
Não se pode ficar revirando pelo estômago cenas e carinhos passados como se fossem de agora, não carece, não faz bem.
É possível que eu tenha acabado de entrar para a geração do Lord Byron, que eu passe a acreditar que eu não precise ser amada, mas que eu apenas ame.
Ame de verdade, da forma mais sublime e pura que possa haver de amar.
O choro traz a esperança para quem um dia acreditou que só vale passar nessa vida, caso se ame e, que agora, vê que é possível voltar.
O furto
Quando todos se retiraram da sala, a mulher foi em direção a uma penteadeira onde se encontrava o buquê de rosas vermelhas que a outra havia recebido.
Foi andando lentamente, como que olhando para os lados.Era o seu maior crime e a possibilidade de ser encontrada na cena dele a excitava.
Quando chegou e ficou de frente para a flor mais bonita, era como se tivesse cruzado a linha de chegada, agora faltaria pouco para tomar o objeto de desejo pelas mãos.
Pegou.
E no momento que pegou, sentiu seu coração ser maior que seu corpo e ouviu o único barulho do lugar ser sua pulsação. Ela não conseguia mais se mexer porque todo o seu corpo estava ocupado em bombear seu sangue que o coração já não dava mais conta de viver para outra coisa.
Seu sangue de ladra, ladra de flores, ladra de rosa.
Cheirou com todo o olfato que um ser humano é capaz de ter. Cheirou fundo o perfume da flor que o homem tinha dado pra mulher.
Esmagou, espremeu a flor mais bonita do buquê nas mãos e depois
comeu.
comeu até o talo e os espinhos, que era para cada um deles cortar sua garganta,
garganta de ladra de rosas.
Foi andando lentamente, como que olhando para os lados.Era o seu maior crime e a possibilidade de ser encontrada na cena dele a excitava.
Quando chegou e ficou de frente para a flor mais bonita, era como se tivesse cruzado a linha de chegada, agora faltaria pouco para tomar o objeto de desejo pelas mãos.
Pegou.
E no momento que pegou, sentiu seu coração ser maior que seu corpo e ouviu o único barulho do lugar ser sua pulsação. Ela não conseguia mais se mexer porque todo o seu corpo estava ocupado em bombear seu sangue que o coração já não dava mais conta de viver para outra coisa.
Seu sangue de ladra, ladra de flores, ladra de rosa.
Cheirou com todo o olfato que um ser humano é capaz de ter. Cheirou fundo o perfume da flor que o homem tinha dado pra mulher.
Esmagou, espremeu a flor mais bonita do buquê nas mãos e depois
comeu.
comeu até o talo e os espinhos, que era para cada um deles cortar sua garganta,
garganta de ladra de rosas.
sábado, 27 de junho de 2009
Isabela e sua péssima mania.
Quando percebi, tinham três dobras em minha testa, entre as sobrancelhas.
Meus olhos se embaçaram que eu não conseguia mais ver a nitidez pela janela do ônibus.
Meu peito se apertou e eu senti a corda em meu pescoço.
A corda.
A corda da contagem regressiva.
A contagem regressiva tem me atormentado os dias.
De repente,surge em mim a vontade de fazer tudo o que não fiz nesse tempo que tive.
O tempo está acabando e eu começo a ver as belezas do caminho que passei e não vi.
O problema todo começa pela minha estranha mania.
A minha estranha mania de me adaptar.
Eu sempre me adapto e , aquela história que tinha tudo pra ser ruim, fazer-me chorar até querer ir embora, faz-me sair sorrindo, feliz e pedindo bis.
Eu tenho a insuportável mania de ver o lado bom das coisas.
A situação começa ruim, insuportável, eu não deixo de reclamar.
Conforme vai passando, vou me acostumando de tal forma a passar a amar o que está acontecendo. Em minha tela mental, passam os momentos mais bonitos com trilha sonora e eu não tenho mais vontade de sair daquela que era a pior situação dos mundos.
Como a vida adora brincar comigo (e eu também adoro isso, porque sempre dou risada no fim), quando eu estou, finalmente, bem naquela situação que era das piores, ela vai e me sugere uma nova opção, ou melhor, a mais sonhada das opções.
Diga-me a razão da festa sempre ficar muito boa na hora de ir embora?
Abro espaço pra dizer que eu não suporto o tom cotidiano que esse blog tem tomado, mas você não lê e ninguém lê, então... que me deixe escrever pra tentar me entender, antes que eu desista.
Eu não vou sofrer tanto assim, não vou deixar a contagem regressiva me estrangular.
Vou levantar da rede, tirar os sapatos e sair pra correr.
Chegando lá, eu dou a mão pro destino e a gente pula numa poça d'água pra se sujar
deliciosamente.
Meus olhos se embaçaram que eu não conseguia mais ver a nitidez pela janela do ônibus.
Meu peito se apertou e eu senti a corda em meu pescoço.
A corda.
A corda da contagem regressiva.
A contagem regressiva tem me atormentado os dias.
De repente,surge em mim a vontade de fazer tudo o que não fiz nesse tempo que tive.
O tempo está acabando e eu começo a ver as belezas do caminho que passei e não vi.
O problema todo começa pela minha estranha mania.
A minha estranha mania de me adaptar.
Eu sempre me adapto e , aquela história que tinha tudo pra ser ruim, fazer-me chorar até querer ir embora, faz-me sair sorrindo, feliz e pedindo bis.
Eu tenho a insuportável mania de ver o lado bom das coisas.
A situação começa ruim, insuportável, eu não deixo de reclamar.
Conforme vai passando, vou me acostumando de tal forma a passar a amar o que está acontecendo. Em minha tela mental, passam os momentos mais bonitos com trilha sonora e eu não tenho mais vontade de sair daquela que era a pior situação dos mundos.
Como a vida adora brincar comigo (e eu também adoro isso, porque sempre dou risada no fim), quando eu estou, finalmente, bem naquela situação que era das piores, ela vai e me sugere uma nova opção, ou melhor, a mais sonhada das opções.
Diga-me a razão da festa sempre ficar muito boa na hora de ir embora?
Abro espaço pra dizer que eu não suporto o tom cotidiano que esse blog tem tomado, mas você não lê e ninguém lê, então... que me deixe escrever pra tentar me entender, antes que eu desista.
Eu não vou sofrer tanto assim, não vou deixar a contagem regressiva me estrangular.
Vou levantar da rede, tirar os sapatos e sair pra correr.
Chegando lá, eu dou a mão pro destino e a gente pula numa poça d'água pra se sujar
deliciosamente.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Blues
Em um papel de pão dormido rasgado riscado por uma bic azul:
Marcos,
Meus olhos de onça
não estão mais com paciência pra gente mimada.
Minhas garras pintadas de vermelho 40 graus
não estão mais com saco pra ouvir criança chorando por amor.
Tô sem saco pra falação,
preferia quando a gente começava a rir da tragédia
e depois se beijava com gosto de devorar.
É bom que o mundo entenda de uma vez por todas que eu não sou de ninguém.
E, talvez, nunca serei.
Sou minha, só minha.
O que eu faço com você é poesia pra driblar o tédio.
Não me ligue quando acordar!
Carmem.
.
Marcos,
Meus olhos de onça
não estão mais com paciência pra gente mimada.
Minhas garras pintadas de vermelho 40 graus
não estão mais com saco pra ouvir criança chorando por amor.
Tô sem saco pra falação,
preferia quando a gente começava a rir da tragédia
e depois se beijava com gosto de devorar.
É bom que o mundo entenda de uma vez por todas que eu não sou de ninguém.
E, talvez, nunca serei.
Sou minha, só minha.
O que eu faço com você é poesia pra driblar o tédio.
Não me ligue quando acordar!
Carmem.
.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
A menina e o mar
Como um marinheiro que chega ao porto,
Ele veio, mesmo sem tatuagem
E usou.
Usou. Abusou do afeto, do apreço.
Iludiu, seduziu.
Chamou de preta, cheirou o cangote
Como um marinheiro, ele a engravidou de esperanças.
Mas para o cara que chega ao porto, era só uma brincadeira
Era só um recreio no meio de uma longa viagem no mar.
Era só um intervalo
Uma hora de brincar.
Agora ela ficaria ali esperando parada pregada na pedra do porto (e viva Chico!)
Como um brinquedo. Usado.
Menina, há mais coisas belas no mar do que marinheiros!
..
Ele veio, mesmo sem tatuagem
E usou.
Usou. Abusou do afeto, do apreço.
Iludiu, seduziu.
Chamou de preta, cheirou o cangote
Como um marinheiro, ele a engravidou de esperanças.
Mas para o cara que chega ao porto, era só uma brincadeira
Era só um recreio no meio de uma longa viagem no mar.
Era só um intervalo
Uma hora de brincar.
Agora ela ficaria ali esperando parada pregada na pedra do porto (e viva Chico!)
Como um brinquedo. Usado.
Menina, há mais coisas belas no mar do que marinheiros!
..
sábado, 20 de junho de 2009
sabor de fruta mordida
Me dê a mão e se apaixone por mim.
Venha cá que eu te darei um sorriso leve pro seu coração ficar quente de sol.
Eu sou dona menina do meu samba
Eu pareço ter um universo só meu
ter meu mundo colorido que você pode entrar, se quiser.
Me dê a mão, esse mundo não é tão irreal.
Vou cantar uma melodia lenta pra te hipnotizar. devagar.
Por vezes sou tão desprezível
Por outras, sou tão encantadora
A água desce do rio cristalina e nós vamos mergulhar nesse mundo
Beber da água.
Olha minha cara,
eu tenho um melhor e um pior.
Vamos dançar lentamente.
Me retrate, me desenhe, me estude geograficamente. não ligue pra ênclise.
Vem cá, não tenha medo.
Venha com pés de lã, com cuidado, para não se perder no meu universo.
Venha cá que eu te darei um sorriso leve pro seu coração ficar quente de sol.
Eu sou dona menina do meu samba
Eu pareço ter um universo só meu
ter meu mundo colorido que você pode entrar, se quiser.
Me dê a mão, esse mundo não é tão irreal.
Vou cantar uma melodia lenta pra te hipnotizar. devagar.
Por vezes sou tão desprezível
Por outras, sou tão encantadora
A água desce do rio cristalina e nós vamos mergulhar nesse mundo
Beber da água.
Olha minha cara,
eu tenho um melhor e um pior.
Vamos dançar lentamente.
Me retrate, me desenhe, me estude geograficamente. não ligue pra ênclise.
Vem cá, não tenha medo.
Venha com pés de lã, com cuidado, para não se perder no meu universo.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
pressão atmosférica
Gotas de suor começaram a cair do teto de sua cabeça.
Havia um desespero no ar, um ar abafado.
Ela sentia dentro de si um peso.Uma angústia no peito, uma dor.
Achava que pudesse ser um desses pressentimentos que avó sempre lhe fala que sente.
Pensava em toda a sua vida,
em tudo que ainda iria passar e
procurava motivo para aquele sentimento estranho...
Foi quando sentiu uma força subindo,
como um soco do estômago que atingiria seu queixo.
o aquilo, o peso, iria sair de dentro dela, como um filho.
Arrotou.
E voltou a se sentir leve, sem nenhuma bobeira de premonição de algo ruim.
Gargalhou que dava pra ver suas amígdalas.
Leve.
Havia um desespero no ar, um ar abafado.
Ela sentia dentro de si um peso.Uma angústia no peito, uma dor.
Achava que pudesse ser um desses pressentimentos que avó sempre lhe fala que sente.
Pensava em toda a sua vida,
em tudo que ainda iria passar e
procurava motivo para aquele sentimento estranho...
Foi quando sentiu uma força subindo,
como um soco do estômago que atingiria seu queixo.
o aquilo, o peso, iria sair de dentro dela, como um filho.
Arrotou.
E voltou a se sentir leve, sem nenhuma bobeira de premonição de algo ruim.
Gargalhou que dava pra ver suas amígdalas.
Leve.
sábado, 13 de junho de 2009
gradicida,
Isa sai do acento no meio da sala.
Para num ponto e vira.
A Isa exclama sem nenhuma palavra...
Sorrindo sobre o ponto e virgulas.
por Peter Zoster - http://www.peterzoster.blogspot.com/
Para num ponto e vira.
A Isa exclama sem nenhuma palavra...
Sorrindo sobre o ponto e virgulas.
por Peter Zoster - http://www.peterzoster.blogspot.com/
ô minha frô,
Ei, pare de querer guiar a vida,nêga.
De querer limitá-la, mania de organizar,
planejar cada viver,cuidar anteriormente de cada choro.
planejar meticulosamente a freqüência de cada gargalhada.
Ei, você, minha flor...deixa a vida se viver sozinha, não a pressione tanto, vá...
Deixa a vida andar descalça, sem se preocupar se vai sujar os pés
Deixa a vida se viver.
Deixa que ela se leva, não se planeja, vive o que acontece.
Deixa que ela come quando tiver fome. dorme quando tiver sono.
Deixa que ela faz o que tiver vontade, quando tiver vontade.
sem planos.
sem ter que comer pipoca só depois que começar o filme
Deixa a vida sorrir de leve
andar devagar, sem pressa
comer saboreando e ouvindo a sua música preferida!
De querer limitá-la, mania de organizar,
planejar cada viver,cuidar anteriormente de cada choro.
planejar meticulosamente a freqüência de cada gargalhada.
Ei, você, minha flor...deixa a vida se viver sozinha, não a pressione tanto, vá...
Deixa a vida andar descalça, sem se preocupar se vai sujar os pés
Deixa a vida se viver.
Deixa que ela se leva, não se planeja, vive o que acontece.
Deixa que ela come quando tiver fome. dorme quando tiver sono.
Deixa que ela faz o que tiver vontade, quando tiver vontade.
sem planos.
sem ter que comer pipoca só depois que começar o filme
Deixa a vida sorrir de leve
andar devagar, sem pressa
comer saboreando e ouvindo a sua música preferida!
Sol quente.
Foi que perguntaram pra menina:
-E você, garota, o que tu mais gosta de fazer na vida?
-De Rir. Rir até fechar os olhinhos.
E a menina danou-se a rir...
...porque o riso é o sol que todo mundo tem a oportunidade de fazer nascer!
.
-E você, garota, o que tu mais gosta de fazer na vida?
-De Rir. Rir até fechar os olhinhos.
E a menina danou-se a rir...
...porque o riso é o sol que todo mundo tem a oportunidade de fazer nascer!
.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
samba.
O samba parecia morar naquele corpo.
Curvilíneo, se fazia em um grande tobogã do prazer ao rebolar
toda a malemolência morava ali
Era o samba em sua forma viva, com nome, dois seios, ancas largas e pele mulata.
Era Rita Baiana.
Era quem fosse que seria que seja que vá ser que foi ela
Tinha seus
pés de casca branca de lavar a roupa nas pedras do rio descalços naquele terreiro gostoso,
os pés esfregavam a terra,
levantando poeira que subia por entre aquelas pernas negras se misturando a chita da saia da preta.
E eu, homem feito, pai de família, olhava aquela cena transtornado.
Eu estava vendo o samba, minha gente, em pele, osso e carne, quanto carne!
No meio de tanta moleza de corpo, de jeito, de ginga, de roda, de bola
havia um sorriso branquíssimo no centro daquela pele negra e uns cabelos que se deixavam cair em cachos.
Mas dessa parte da Rita eu não me lembro não, tava hipnotizado
pela roda da saia que roda e levanta a terra que sobe pra beijar as pernas que eu não posso beijar.
Curvilíneo, se fazia em um grande tobogã do prazer ao rebolar
toda a malemolência morava ali
Era o samba em sua forma viva, com nome, dois seios, ancas largas e pele mulata.
Era Rita Baiana.
Era quem fosse que seria que seja que vá ser que foi ela
Tinha seus
pés de casca branca de lavar a roupa nas pedras do rio descalços naquele terreiro gostoso,
os pés esfregavam a terra,
levantando poeira que subia por entre aquelas pernas negras se misturando a chita da saia da preta.
E eu, homem feito, pai de família, olhava aquela cena transtornado.
Eu estava vendo o samba, minha gente, em pele, osso e carne, quanto carne!
No meio de tanta moleza de corpo, de jeito, de ginga, de roda, de bola
havia um sorriso branquíssimo no centro daquela pele negra e uns cabelos que se deixavam cair em cachos.
Mas dessa parte da Rita eu não me lembro não, tava hipnotizado
pela roda da saia que roda e levanta a terra que sobe pra beijar as pernas que eu não posso beijar.
comédia romântica.
Não se conheciam.
Não sabiam nome, data, nada.
só gravaram. gravaram cada detalhe do outro.
E os olhares.que se cruzavam em um ambiente tão pouco propício pra sentir o que sentiam.
O que os olhos sentiam.o que as bocas pediam.
É que quando tem que acontecer, quando é pra fazer história, ela se faz.
Acontece o encontro, o acaso, o desejo.
É como se a vida se encarregasse dos encontros. e dos desencontros.
Eles se olhavam e por se olhar já sabiam tudo um do outro.
Como se sem uma palavra adivinhassem a cor preferida e o tamanho do pé.
Mas eu já deixei de ser romântica desde que nasci.
não vai ser depois de velha que vou passar a acreditar em...amor a primeira vista, vai...
Não sabiam nome, data, nada.
só gravaram. gravaram cada detalhe do outro.
E os olhares.que se cruzavam em um ambiente tão pouco propício pra sentir o que sentiam.
O que os olhos sentiam.o que as bocas pediam.
É que quando tem que acontecer, quando é pra fazer história, ela se faz.
Acontece o encontro, o acaso, o desejo.
É como se a vida se encarregasse dos encontros. e dos desencontros.
Eles se olhavam e por se olhar já sabiam tudo um do outro.
Como se sem uma palavra adivinhassem a cor preferida e o tamanho do pé.
Mas eu já deixei de ser romântica desde que nasci.
não vai ser depois de velha que vou passar a acreditar em...amor a primeira vista, vai...
domingo, 7 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
.
Sou aquela que se envolve em uma noite e odeia que liguem no dia seguinte.
Aquela que não quer se casar pra morar com um labrador e adotar uma criança e quer passar os finais de semana em família como um comercial de margarina.
Sou aquela que gosta muito de carinho na cabeça e que odeia quando ele começa a embolar seu cabelo.
Aquela que gosta de beijos intermináveis e que tem ânsia de vômito com tantos beijos um atrás do outro.
Sou aquela que não está nem aí pra ele e que se contorce de ciúmes dele.
Aquela que odeia romantismo e sonha em ganhar uma música no violão acompanhada de qualquer flor roubada do jardim do vizinho.
Tô querendo muito morrer de amor e continuar vivendo, me apaixonar loucamente e cometer loucuras, chorar à noite baixinho porque ele não disse ainda que me ama, ligar pra dar bom dia,ouvir uma música bonita e suspirar, tô querendo me pegar sorrindo do nada, não conseguir parar de pensar nele e contar os dias pra encontrar.será que ele me ama?
Tô querendo muito sair no final de semana, me envolver por uma noite, ficar, conversar e não passar disso. Tô contando os dias pra sair com as minhas amigas solteiras, beber e dançar até de manhã.Voltaremos mortas pra casa, acordar tarde no dia seguinte pra debochar das loucuras da bebida.Tô querendo ampliar minha rede de "amigos", pintar as unhas de vermelho, colocar um salto alto, pro meu celular não parar de tocar no domingo.
Aquela que não quer se casar pra morar com um labrador e adotar uma criança e quer passar os finais de semana em família como um comercial de margarina.
Sou aquela que gosta muito de carinho na cabeça e que odeia quando ele começa a embolar seu cabelo.
Aquela que gosta de beijos intermináveis e que tem ânsia de vômito com tantos beijos um atrás do outro.
Sou aquela que não está nem aí pra ele e que se contorce de ciúmes dele.
Aquela que odeia romantismo e sonha em ganhar uma música no violão acompanhada de qualquer flor roubada do jardim do vizinho.
Tô querendo muito morrer de amor e continuar vivendo, me apaixonar loucamente e cometer loucuras, chorar à noite baixinho porque ele não disse ainda que me ama, ligar pra dar bom dia,ouvir uma música bonita e suspirar, tô querendo me pegar sorrindo do nada, não conseguir parar de pensar nele e contar os dias pra encontrar.será que ele me ama?
Tô querendo muito sair no final de semana, me envolver por uma noite, ficar, conversar e não passar disso. Tô contando os dias pra sair com as minhas amigas solteiras, beber e dançar até de manhã.Voltaremos mortas pra casa, acordar tarde no dia seguinte pra debochar das loucuras da bebida.Tô querendo ampliar minha rede de "amigos", pintar as unhas de vermelho, colocar um salto alto, pro meu celular não parar de tocar no domingo.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
O fantástico mundo de Luísa
Ela morava em um mundo só dela.
Um mundo onde não se podia excluir as coisas, assim como não se deveria fazer com as pessoas.
Se precisasse escolher uma roupa, tinha mesmo um medo interno de que a outra roupa fosse chorar dentro do armário quando fosse guardada ali, rejeitada, tadinha.
Assim com tudo, sapatos,comida...
Mesmo com comida, que a menina não gostava de comer nada, mesmo assim.
É aí que entra a história.
Um dia, a mãe de Luísa, arrumando seu quarto, achou um potinho,era um cofrinho, em formato de coração, nele estavam umas sete batatinhas fritas, quase podres.
Coisa mesmo estranha.
Luísa havia guardado as batatinhas ali.
No almoço, hora que Luísa mais detestava, havia batata frita.
Ela gostava muito de batata frita.
A mãe mandou que ela acabasse de comer, mas ela não queria mais...sabe? Tava toda cheia assim, barrigão.
No entanto, Luísa via aquelas pobres últimas batatinhas.
Qual o problema com a sorte delas? Elas não tinham culpa de não terem sido atingidas pelo garfo antes, e terem sobrado ali, no prato, como aquelas meninas que sobram no final da escolha de time.
Sim, porque batatas eram meninas, as batatas.
Luísa olhava o lixo
Lixo sujo, do mal. Parecia ter uma cara de que ia se vangloriar em pegar todas aquelas batatinhas indefesas para si, para ir para o mundo dos sujos junto com ele e o homem do saco.
Luísa não pensou duas vezes. Tomou as batatas pela mão e colocou no potinho, para que elas não fossem levadas para aquele mundo e estivessem ali com ela, protegidas, sem choro.
Luísa não teve mais apetite e as batatas passaram a morar ali, com ela, até que sua mãe as achou e jogou no lixo.
O lixo da mãe não tinha cara, nem as batatas gritaram e começaram a chorar.
Quando a mãe as pegou e jogou no lixo, não teve história, nem drama,
nem vozes fininhas das batatinhas, nem risada maligna do lixo.
Um mundo onde não se podia excluir as coisas, assim como não se deveria fazer com as pessoas.
Se precisasse escolher uma roupa, tinha mesmo um medo interno de que a outra roupa fosse chorar dentro do armário quando fosse guardada ali, rejeitada, tadinha.
Assim com tudo, sapatos,comida...
Mesmo com comida, que a menina não gostava de comer nada, mesmo assim.
É aí que entra a história.
Um dia, a mãe de Luísa, arrumando seu quarto, achou um potinho,era um cofrinho, em formato de coração, nele estavam umas sete batatinhas fritas, quase podres.
Coisa mesmo estranha.
Luísa havia guardado as batatinhas ali.
No almoço, hora que Luísa mais detestava, havia batata frita.
Ela gostava muito de batata frita.
A mãe mandou que ela acabasse de comer, mas ela não queria mais...sabe? Tava toda cheia assim, barrigão.
No entanto, Luísa via aquelas pobres últimas batatinhas.
Qual o problema com a sorte delas? Elas não tinham culpa de não terem sido atingidas pelo garfo antes, e terem sobrado ali, no prato, como aquelas meninas que sobram no final da escolha de time.
Sim, porque batatas eram meninas, as batatas.
Luísa olhava o lixo
Lixo sujo, do mal. Parecia ter uma cara de que ia se vangloriar em pegar todas aquelas batatinhas indefesas para si, para ir para o mundo dos sujos junto com ele e o homem do saco.
Luísa não pensou duas vezes. Tomou as batatas pela mão e colocou no potinho, para que elas não fossem levadas para aquele mundo e estivessem ali com ela, protegidas, sem choro.
Luísa não teve mais apetite e as batatas passaram a morar ali, com ela, até que sua mãe as achou e jogou no lixo.
O lixo da mãe não tinha cara, nem as batatas gritaram e começaram a chorar.
Quando a mãe as pegou e jogou no lixo, não teve história, nem drama,
nem vozes fininhas das batatinhas, nem risada maligna do lixo.
Assinar:
Postagens (Atom)