Mal feita de cara e de corpo.
Nem tão mal feita assim de corpo, mas desengonçada, magrela, pálida, corcunda.
Ela tinha acabado o Ensino Médio e agora estava no curso pré-vestibular.
Acontece que, até ali, os professores se recusavam a lhe dizer o motivo de seu apelido, sussurrado pelos cantos, entre fórmulas de física, ser Macabéa.
Ela nunca entendeu mesmo. Por vezes sentia curiosidade, perguntava. Eles desconversavam e morria ali.
Como um reflexo de sua cor de pele anêmica, a menina parecia estar sem força até para querer realmente saber a razão do estranho apelido.
(...)
Foi que ela passou no vestibular.Universidade pública.
Seria festa para qualquer pessoa, não tanto para ela.
Para a nossa pálida personagem, o ensino superior seria só mais uma continuação normal daquela vida mesquinha que nem ela se dava conta que levava.
Era uma situação normal.
bege como ela.
neutra.
(...)
Foi em uma tarde amarelo manga que essa Macabéa se deu conta de toda a sua vida.
Uma vida sem cores primárias.
Ela teve vontade de vomitar e levantou. Levantou e foi até ao prédio cinza de concreto de sua Universidade.
Último andar.
Tirou os sapatos como mandava a tradição.
E então, a menina que nunca soube porque era Macabéa encontrava,agora, a sua hora da estrela. cadente.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
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