quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dois cafés e a conta por. Zé

-tá, senta aí, pede o nosso café, acendeu teu cigarro que eu vou te contar a história.
-sim.
-Pra resumir, eu me apresentei como Marina. Papo vai, papo foi, papo vem e vai. "é que... na verdade, eu não me chamo Marina..." E ele disse "Eu sei, você é irmã do Pedro, mas se parece mais com seu irmão mais velho que esqueci o nome e eu tava vendo até que horas você ia manter essa história escrota..."
-HAHAHAHAHAHAHAAHAHA, que ótimo, minha cara!
-é, ri mesmo, eu também morri de rir, acredite!
-ótimo. Mas não pare com isso, imagina se todos soubessem meu nome de verdade? E meu nome da poesia?
- Desde então não minto nomes. Mentira. Menti sim, mas isso é verdade.
-É melhor ficar com esse rótulo descartável. Eu minto. Você mente. Sabe a razão?
-qual?
-a gente mente quase sempre, porque a gente escreve e pensa que é poeta, poetisa.
E então, quando a gente, que se imagina poeta, sabe que o outro tem a mesma capacidade de imaginar e perceber as coisas como a gente,a gente tende a omitir, pra não mentir...
porque mentir pra quem pensa como você é burrice.
A outra pessoa sempre desconfia que acha que conhece a verdade por trás dos olhos.
Quem escreve, pelo menos eu, não gosta de ficar falando quando quer ser entendido...
Se fosse pra ser assim eu seria metido a ator,mas eu sou metido a poeta.
E eu imagino que as pessoas, assim como eu,entendam que eu precise silabar meus pensamentos.
-Mais um café, por favor! Mais um café pro mês que vem. Mês de Agosto, Agosto dos Deuses.

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