quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Carta ao P.

Boston, 2 de janeiro de 2012.

Querido P,

Hoje atendi ao seu pedido e conselho e sai sozinha pelas ruas de Boston. Fui de óculos e sem me arrumar, cultivo a sensação de que os óculos me protegem e se você não esta tão arrumada, fica levemente invisível para observar.
Boston e linda, e digo com acento mesmo, embora de onde escrevo não consiga acentuar, mas acentuo de outra forma, repetindo: Boston e linda, mesmo sem acento no e. Ou talvez não seja, mas e tão diferente de tudo que já vi, que se não for bonita no inverno, torna-se para mim.
Não neva e a cor de Boston, assim, se eu a olhasse por inteira como um dia Chico Buarque ou José Costa olhou Budapeste, eu diria: Boston e marrom. Cor que não gosto, mas em Boston gosto porque há um céu muito azul que desacredita o frio.
Sobre o meu passeio, foi bom. O frio e novidade para mim, o que nem por isso me faz aprecia-lo. Entanto, acredito que depois de uma certa idade eu parei de me aborrecer com coisas pequenas e a considerar que tudo no mundo serve como experiência. Eu não sou tão velha, eu sei, tenho 21, mas a cabeça você sabe...por falar nisso, eu vi uns jovens no trem, acho engraçado como eles eram tão típicos jovens americanos com seus jeans, gírias, espinhas e jeito americano. Alias, eu diria que me sinto mesmo em um filme, nada do que vemos por ai e caricato, existe. Tudo aqui e muito tipicamente americano. As casas, os bairros, os jeitos. E interessante de ver.

Vou encerrando por aqui com desculpas pela falta de acento, quero dizer que isso não diminui em nada a graça da vida.

Um beijo com saudade de quem voltara a escrever.

Preta.

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