quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E, então, descobre-se que o que há não é o gosto em ter uma vida pacata de uma cidadezinha qualquer, vida mansa, natureza. Gosta-se mais.

O gostar está em desligar-se.

Está em viver uma vida agitada entre buzinas e fumaças para poder, no fim do dia, parar e olhar as estrelas, respirar fundo. Para, no final de semana, poder viajar pra longe em busca de silêncio.

O silêncio só é reconhecido quando se conhece o barulho.

E, então, descobre-se que há graça.

O prazer é o mudar de freqüência, da agitada pra calma.

Sintonizar do terror pra paz.

A sensação linear de tranqüilidade e paz cansa e não traz o prazer de se alcançar tranqüilidade e paz.

É preciso o grito,

faz-se necessário o berro, o explodir de nervos, a ânsia, o barulho, o cansaço, o estresse.

Faz sentido ter a dor para se conhecer a delícia de não tê-la.

Só se pode ter o prazer de chegar, caso se vá.

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