domingo, 7 de agosto de 2011

Peixe pássaro

Um dia fui parar em uma casa em que havia uma piscina verde.
Esta piscina possuia um teto solar, um vidro em um teto muito lá pra cima. O lugar tinha um pé direito muito alto e enquadrava o céu no vidro como um quadro minimalista.
Um dia eu fui parar nessa casa como hóspede, e comecei a cultivar um prazer quase místico em nadar à noite na piscina verde.
Eu sempre preferi praia, mas aquela piscina possuia qualquer coisa que atrai os olhos.
Foi uma vez que nadando à noite eu sem querer olhei pro teto e vi o que se formava. Meu corpo magro e limpo nadando naquela piscina verde de ladrilhos bem colocados formavam uma cena linda. Eu boiava de barriga pra cima, balançava os braços como um polvo, nadava e me mexia de um lado pra outro. Eu era narcisista naquela piscina. Eu gostava de tomar um impulso e ver meu corpo se largando na água, solto. Eu era um pássaro, eu me via no céu. Eu estava ali, refletida no céu, e voava. Foi uma das cenas mais lindas que já vi acontecer. O meu corpo parecia mais magro depois de toda aquela viagem que terminou como hóspede daquela casa da piscina verde, minhas costelas saltavam, e eu achava tudo isso verdadeiramente bonito. Eu estava no céu.

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