domingo, 6 de dezembro de 2009

Felicidade Clandestina

Descobri que preciso ficar sozinha.Sozinha mesmo, de verdade.
Sem as mulheres do vagão das mulheres.Sem alguém em casa.
Sem pensamentos na cabeça pra colocar no papel.Sem estudos.
Sem os velhinhos do jardim do museu.
Sem os floristas do Largo do Machado.
Só-zinha. Só-eu. Eu e eu. Só.
Sem imagens.Sem conversar com cores.
Quero o branco, o vazio, o nu.

Quero ficar cega, surda e muda para poder ficar sozinha.

Sem cérebro, para poder ficar sozinha.

Não é nada questão de tristeza, muito pelo contrário.
É pra poder dividir com menos gente essa alegria que sinto.
Só dividir comigo. De Isabela para Isabela. E só. Sozinha.

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