terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pedra que pariu, que dor!
A dor vinha me consumindo de tal modo que, se me perguntassem se ela havia passado, eu não saberia responder.Eu não sei mais se sinto dor,porque acabo achando que sempre fui assim:eu e ela, mas nem mesmo separadas, então, só eu.e ela dentro, fazendo parte de mim, do eu.Ela.É que a dor já tinha tomado conta de mim, ela agora era uma Isabela também, ou um pedaço, uma isabelinha.A dor era como um órgão novo meu.A dor havia se alojado ali de tal forma que eu não conseguia entender como era a vida sem ela.Era como se eu não conseguisse imaginar o que era viver sem dor,fazer coisas se sentindo sem a dor.E, assim, na minha cabeça, ela parecia que nunca mais iria passar, porque eu não conhecia mais uma vida sem aquela dor.A dor estava ali, como se eu não a tivesse mais, porque eu havia me habituado a ela, talvez até tomado afeição a ela, como uma filha no meu ventre.A dor agora era uma coisa minha, como uma coceira momentânea, uma mania de piscar os olhos. A dor fazia parte de mim.

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