quarta-feira, 11 de abril de 2012

Um bilhete ao céu.

Passava do meio dia e eu pensava em você na sala de espera de um julgamento qualquer daquela tarde.
Pensava em como você andava com uns olhos de mar naquela época, foi quando percebi que você ia embora.
Já não me respondia mais como antes, nem me mandava mais beijos com a ponta do dedo indicador.
Mas o que mais me entristecia em toda aquela despedida velada eram os seus olhos.
Eles ficaram turvos como um mar calmo em dia cinzento. Na verdade, como um rio ou lago, ou qualquer coisa parada, funda e turva, por onde você se perdia e me fazia perder todo o chão do mundo.
Toda uma dor de existência me consumiu naqueles dias. Hoje faz um ano e ainda dói uma saudade. No entanto, sem poder querer muito, eu só espero que seus olhos tenham melhorado.

Um beijo com a ponta do indicador,

da sua Rebeca.

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