sábado, 19 de março de 2011

realidade

Sinto o fio da vida muito latente enquanto observo a morte gradual dos meus avós.
No começo,a presença do fim se mostrava quieta em detalhes de debilidade, de esquecimentos e de dificuldades antes não observadas.
Hoje observo a chegada do fim dando passos largos, o que me aflige, assusta e deprime em relação à vida. A progressão, ou regressão, que conduz ao último instante é triste para quem convive.
Hoje pedi ao meu avô se poderia apertá-lo muito e apertei. Sigo assim tentando segura-los um pouco mais ou imaginando sempre que o instante presente pode ser o último.
Nesse contexto não tenho reconhecido determinados atos meus de impaciência e irritação em relação a tudo no mundo. Chego a me estranhar em meu próprio corpo por ímpetos de mau humor e de grosseria não tão normais. Não tenho a tentativa de justificar nada, apenas me vejo muito desequilibrada e desacreditada com 20 e poucos anos.Sigo com uma responsabilidade de sempre ter demonstrado ser uma pessoa equilibrada e alegre que agora está do avesso. Sei que a vida pode ser bem mais leve para uma garota que mora na melhor cidade da América do Sul, e eu espero reconhecer.

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