quinta-feira, 4 de março de 2010

o segredo

Possuía-se de uma alegria filha única, uma felicidade que morava toda em seu peito de uma forma ímpar. Ia andando como se cada passo fosse conduzir ao próximo segundo de êxtase da sensação. Não sabia de onde vinha, mas o riso a tinha toda por dentro.Seu corpo detinha uma radiosa energia luxuosa no meio da rua, o que provocava ser quase pedante a situação: Como poderia uma garota ali, sozinha, no meio da rua, sem motivo,ser dona daquele sentimento todo ?
Ao cruzar a esquina, viu-se mal iluminada na rua que ficava deserta ao passar das sete e um pouco depois de sair da sombra da árvore, em um trecho mal pegado pelos postes, ela não resistiu.
Ali sozinha, vendo ninguém, ela sorriu.
Como se sorrir sozinha, no meio da rua, fosse um ato clandestino. Como se a fossem julgar louca ou doente. Ela sorriu como quem cometia um crime, como quem amava em segredo, como quem abafa um suspiro.
Sorriu pra sentir.
Sorriu pra denunciar toda essa felicidade.

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