domingo, 7 de fevereiro de 2010

Peixe

Silenciosamente e devagar escrevo
pra ouvir o som da caneta (preta) riscando o papel (branco). Dessa vez, escrevo.
Ainda não lembrava do prazer que as fitas me traziam.
Foi portando meu malabares laranja laranja que subi ao céu.Meu céu.Meu céu com chão cimentado.O telhado do meu quarto, o princípio dos meus sonhos.

(Calma!Escreva mais devagar para que eu possa notar as curvas dessas letras femininas e a sonoridade da caneta que risca.)

Lá fiquei. Fiquei até que a próxima música que tocasse,aleatoriamente, decidisse meu próximo destino.
Lá fiquei até que aparecesse, ou até que eu visse, a primeira estrela daquela tarde.
E foi bom perceber que em mim ainda mora uma menina doce, que olha estrela e chora, abaixando a cabeça assim de lado, sorrindo chorando.
-Au revoir! - disse a menina, que mora em mim, às nuvens.
E mais tarde foi ver o corpo colando molhado no azulejo.
E mais tarde o caetano cantando sobre samba, sobre amor e sobre até mais tarde.
E então caiu de cansaço, sorriu, e dormiu.

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