sexta-feira, 19 de abril de 2013

Amanhecia em uma Copacabana que ainda não havia se decidido por ter sol ou não, mas como bem cedo e na orla, o sol me pegava nas costas de jeito leve e caloroso sem calor. Ela buscava o amor. Em um quiosque da beira com nome de refrigerante, perguntei: o ônibus passava mesmo ali. Esperamos e depois de Cranberries tocou Roberto Carlos. Enquanto cantava o primeiro, flagramos uma turminha de terceira idade fazendo algum tipo de ginástica-alongamento lá na areia. Elas eram umas graças e mexiam a cabeça ao som da música, mesmo sem ouvi-la - uma atenção especial para a velhinha da ponta, ela usava um chapéu e era a que mais se mexia - uma das cenas mais especiais e espontaneamente bem casadas que já vi. As senhoras, a música, os movimentos, a indecisão do tempo de Copacabana e o que isso proporcionava ao mar: um azul seco acinzentado. Ela buscava o amor. Tocava Roberto Carlos quando o ônibus chegou, e isso fazia todo o sentido. Ela foi embora.

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