quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dos delitos e das penas

Esta noite sonhei que estava nadando em uma piscina de palavras.
Na água, havia uma correnteza muito forte de certas palavras e outras que passavam leve, a lamber meu corpo feito um gato que se lambe como banho.
Além de me puxarem, as palavras ecoavam misturadas todas na minha cabeça, feito um brainstorming, feito um burburinho no vagão das seis.
E depois de tanto me aloprar em um desatino completo que me deixava tonta enquanto nadava, fui como que criando membranas, fui virando um peixe em plena piscina.
De repente, quando já me habituava à minha nova condição, o ralo sugou toda a água, e as palavras, e os sons, e eu morri afogada de ar, a palo seco.

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