É muito difícil chorar em público.
Não é difícil chorar em público depois das nove na Central do Brasil.
Depois das nove na Central do Brasil as pessoas não se olham.
Ninguém ouve meu choro aqui em Copacabana.
Desde que me mudei para o Rio de Janeiro, peguei o hábito de chorar em público. Não é difícil.
sábado, 29 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
De quem morre
Ainda posso me lembrar daquele rosto e daquele jeito.
Havia alguma coisa naquele corpo que retardava o pensamento de quem pudesse enxergar. Eu poderia bem dizer que era o cabelo que diferia dos demais do lugar, mas acho que isso seria egoísmo demais com a figura, resumi-la em um gesto de cabelo.
Quando a conheci, ainda nova já era velha. Tinha uma maturidade por si, o que me faz crer que ela já tenha nascido com esse algo e não que tenha adquirido de qualquer gente do lugar, porque de fato ela era diferente.
Posso me lembrar daquele rosto jovem e da presença de como não sabia que era bela.Do jeito que se vendia pelos cantos meio alienada, não sabia que se vendia, embora buscasse por dinheiro. Eu a vi muitos anos depois no saguão de um lugar público e a reconheci. Ela já havia morrido nesse tempo, tinha cara de morta, mas eu ainda a achava linda, na verdade a achava ainda mais linda porque agora aquele rosto e aquele corpo estavam cravados de histórias. Eu pude ver em cada gesto uma mudança da vida naquele jeito.Eu pude ver uma porção de histórias escorrendo pelos olhos e depois envolvendo a boca longe de sorrir. Ela parecia ter morrido antes do fim, mas ainda era bela, ainda mais bela.
Hoje, por me lembrar dela, levantei ainda com dificuldade e achei sua foto nos guardados. Acho que ela poderia ficar tranqüila agora, pois a coloquei pra dormir entre os meus poemas.É pra eles poderem conversar à noite, enquanto eu morro.
Havia alguma coisa naquele corpo que retardava o pensamento de quem pudesse enxergar. Eu poderia bem dizer que era o cabelo que diferia dos demais do lugar, mas acho que isso seria egoísmo demais com a figura, resumi-la em um gesto de cabelo.
Quando a conheci, ainda nova já era velha. Tinha uma maturidade por si, o que me faz crer que ela já tenha nascido com esse algo e não que tenha adquirido de qualquer gente do lugar, porque de fato ela era diferente.
Posso me lembrar daquele rosto jovem e da presença de como não sabia que era bela.Do jeito que se vendia pelos cantos meio alienada, não sabia que se vendia, embora buscasse por dinheiro. Eu a vi muitos anos depois no saguão de um lugar público e a reconheci. Ela já havia morrido nesse tempo, tinha cara de morta, mas eu ainda a achava linda, na verdade a achava ainda mais linda porque agora aquele rosto e aquele corpo estavam cravados de histórias. Eu pude ver em cada gesto uma mudança da vida naquele jeito.Eu pude ver uma porção de histórias escorrendo pelos olhos e depois envolvendo a boca longe de sorrir. Ela parecia ter morrido antes do fim, mas ainda era bela, ainda mais bela.
Hoje, por me lembrar dela, levantei ainda com dificuldade e achei sua foto nos guardados. Acho que ela poderia ficar tranqüila agora, pois a coloquei pra dormir entre os meus poemas.É pra eles poderem conversar à noite, enquanto eu morro.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Sobre o ano que chega:
Adoro essa possibilidade de organizar minha esperança cronologicamente, como se fosse possível acordar em uma dia e tudo estar diferente. Não me importo, eu acredito.
Desejo pra mim e pra você um ano mágico.
É que acho que todos nós estamos precisando de magia nessa vida...
Viva!
Desejo pra mim e pra você um ano mágico.
É que acho que todos nós estamos precisando de magia nessa vida...
Viva!
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