Às vezes dá doença do coração.
Doença de peito apertado, ou doença de amor não é tanta besteira como se diz.
Eu também já achei, em outro tempo, que era doença que dava em cabeça vazia, em gente abobada e de coração fraco.Mas hoje não.Doença de peito apertado vem que deixa a gente sem prumo.O estômago ouve o coração e fica sem fome.A gente fica meio tonta como se tivesse levado um sacode.O corpo fica meio molenga e com vontade de nada.O olho vai pra longe e a gente sente o coração bem fraquinho.
domingo, 26 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
E depois daquela briga, eu o vi na minha cozinha.
Vi duas crianças e vi que chegavam amigos, apesar de ser um dia comum,
em nossa casa que era arejada e entrava sol.
E depois daquela briga, eu vi que eu nos imaginava em um pra sempre.
Não sei se nosso pra sempre será de 8 meses, 2 anos, 7 anos ou 54,
mas foi bom vê-lo ali, progetado no pra sempre que criei pra mim.
Vi duas crianças e vi que chegavam amigos, apesar de ser um dia comum,
em nossa casa que era arejada e entrava sol.
E depois daquela briga, eu vi que eu nos imaginava em um pra sempre.
Não sei se nosso pra sempre será de 8 meses, 2 anos, 7 anos ou 54,
mas foi bom vê-lo ali, progetado no pra sempre que criei pra mim.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Acredito na declaração como a materialização do sentimento.
Quem se declara, é porque chega a um ponto em que o sentimento começa a incomodar, pois chega a não caber mais tanto amor nem no cantinho no dedinho mindinho do pé.Quando o amor começa a afogar, é então que há de se declarar:
-amo você.
quem não se declara, não tem tanto amor assim pra se afogar.
Quem se declara, é porque chega a um ponto em que o sentimento começa a incomodar, pois chega a não caber mais tanto amor nem no cantinho no dedinho mindinho do pé.Quando o amor começa a afogar, é então que há de se declarar:
-amo você.
quem não se declara, não tem tanto amor assim pra se afogar.
sábado, 18 de setembro de 2010
memória
Há qualquer coisa que acontece a quem se perde.Sinto que caminho para um esconderijo em mim, sinto que perco qualquer coisa do corpo, qualquer coisa que se nota falta e que não é um fio de cabelo.Poderia ser um dedo, mas também acho que seja pouco.Caminho para uma mutilação e luto.Luto vítima de uma alegria difícil.Há qualquer coisa que acontece a quem se perde e eu perco.Não sei quando se deu,mas me encontro na esteira da mutilação que se aproxima.Eu me vejo indo aos poucos e isso tem doído fundo.É que se eu simplesmente não enfrentasse a fila para ser mutilada, e se perdesse assim, um braço,por acidente,em um de repente,acho mesmo que seria mais fácil de lidar.Mas vejo meu caminho.Escondo-me em mim como um bicho,como um mimetismo covarde.Mas luto.Tenho lutado, mas minha luta parece ser filha de uma alegria falsa.Estou emprenhada, estou grávida de uma tristeza e não quero que minha alegria vire lembrança.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
sábado amarelo
-Que dia é hoje?
-...
-Não! Não olha no celular, não. Hoje é de 68.hoje é... dia 20 de fevereiro! 20 de fevereiro de 1968, bota aí.
(...)
E dia 20 de fevereiro de 1968, em pleno 2010,
ela me disse que estava dando pra perceber, no ultimamente, que todas as pessoas que ela gostava, elas as via vermelhas.Que ela me via vermelha.Mas eu sou verde, vejo-me verde:
-Essa coisa de cor...É que todas as pessoas que eu gosto,tenho percebido:
eu as vejo vermelha.
-mas eu sou verde.
-ele, o moço,...ele também se disse verde...
-Então você é daltônica, meu bem.
-...
-Não! Não olha no celular, não. Hoje é de 68.hoje é... dia 20 de fevereiro! 20 de fevereiro de 1968, bota aí.
(...)
E dia 20 de fevereiro de 1968, em pleno 2010,
ela me disse que estava dando pra perceber, no ultimamente, que todas as pessoas que ela gostava, elas as via vermelhas.Que ela me via vermelha.Mas eu sou verde, vejo-me verde:
-Essa coisa de cor...É que todas as pessoas que eu gosto,tenho percebido:
eu as vejo vermelha.
-mas eu sou verde.
-ele, o moço,...ele também se disse verde...
-Então você é daltônica, meu bem.
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